Com o índice de doenças respiratórias em alta, muitas pessoas ainda têm dúvidas se podem ou não tomar a vacina contra a gripe. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, até o momento, menos da metade da população da capital tomou o imunizante.
Mas afinal, pessoas com sintomas de gripe devem ou não aguardar para tomar a vacina? Antes de responder a essa pergunta, o médico infectologista Leandro Curi explica que é importante diferenciar a gripe de resfriados.
“Aquele nariz escorrendo, aquela dor de garganta geralmente não é gripe, costuma ser resfriado causado pelo rinovírus, vírus essencial respiratório, entre outros”, disse ele.
Nesse caso, desde que a pessoa não apresente febre, ela pode sim tomar a vacina contra a gripe. “Idealmente, é melhor que a pessoa tome sem nenhum desses sintomas. Mas se ela tiver com esses sintomas e não tiver com febre, é seguro sim tomar essa vacina”, acrescentou o especialista.
Se a pessoa tiver recebido o diagnóstico de gripe, porém, é necessário esperar um mês para tomar a vacina, segundo o médico infectologista.
Posso ficar gripado após tomar a vacina?
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina da gripe é composta por vírus inativados, portanto, ela não pode induzir o desenvolvimento da doença. Além disso, a dose leva 15 dias para fazer efeito.
Leandro Curi explica que, muitas vezes, os sintomas que ocorrem nos primeiros dias, após a vacinação, são decorrentes de resfriados que já estavam incubados antes de a pessoa tomar o imunizante. Além disso, algumas pessoas podem confundir um simples mal-estar com gripe.
“Não tem vírus vivos ali dentro, ou seja, a vacina não tem a capacidade de de infectar um organismo com os vírus mortos. O que acontece é que a pessoa toma a vacina e o corpo dela reage àquele antígeno e vai produzir anticorpos, só que isso pode envolver alterações no organismo e a pessoa confunde aquele mal-estar com gripe”, explicou.
As reações mais comuns após imunização contra a gripe são febre, dor no corpo e no local da aplicação e mal-estar. Esses sintomas, porém, costumam desaparecer em até 24 horas.
Caso esses indícios durem mais de 48 horas após a aplicação da vacina, a recomendação é que o paciente procure uma unidade básica de saúde para avaliação do quadro.
Vacinação em BH
Até o momento, o percentual de crianças imunizadas está em 17,8%. Já a cobertura dos idosos com 60 anos ou mais saltou de 35,5% para 42,1% após o Dia D da vacinação, no último sábado (11/5).
As gestantes, que tinham alcançado 20% cobertura, agora somam 21,5%. O índice geral passou de 29,7% para 35,9%. A meta da Prefeitura de BH é que 90% da população esteja imunizada.
O imunizante está disponível em todos os 153 centros de saúde da cidade, no Serviço de Atenção à Saúde do Viajante e em sete postos extras. Os endereços e horários de funcionamento podem ser consultados no portal da PBH.