Olá, sejam bem-vindos e bem-vindas, porque hoje vamos falar sobre a bicicleta e o seu papel para repensar as nossas cidades, não apenas como meio de transporte, mas também como uma ferramenta de planejamento urbano, sustentabilidade, saúde, qualidade de vida e até mesmo inclusão social.
Possivelmente vocês não sabem, assim como eu também não sabia, mas no Brasil existe uma lei federal desde 2018 que instituiu o programa Bicicleta Brasil. Ele tem como objetivo melhorar as condições de mobilidade urbana e, de acordo com esse programa, devem ser realizados investimentos em infraestrutura cicloviária, integração com outros modais e também incentivos à bicicleta compartilhada, buscando tornar este transporte ativo acessível a todos.
Mas quem será que utiliza a bicicleta nas nossas cidades? Segundo levantamento do Estadão, o perfil médio do ciclista ainda é jovem, urbano, masculino e de maior renda, mostrando que a inclusão social continua sendo um grande desafio. Precisamos expandir o acesso às mulheres, pessoas de todas as idades e também aos moradores das periferias urbanas.
E onde estão essas ciclovias? De acordo com a Revista Exame, Belo Horizonte, por exemplo, fica atrás de muitas capitais em termos de extensão de ciclovias e ciclofaixas.
Muitos poderiam alegar que a topografia acidentada da cidade seria um limitador ou mesmo um dificultador, mas diversos mapeamentos, estudos e planejamentos indicam que é possível utilizar o fundo de vale e trechos com pouca declividade, garantindo percursos viáveis e agradáveis.
Além disso, precisamos pensar na bicicleta como um meio de integração com outros modais, incluindo ônibus, metrô ou mesmo o BRT.
BH já conta, inclusive, com bicicletas compartilhadas e até mesmo bicicletas elétricas. Aliás, recomendo para quem não teve essa experiência percorrer a cidade pedalando, e possivelmente por meio de uma bicicleta elétrica, com o mínimo esforço. É uma sensação única. Só quem pedalou sabe o poder e a qualidade desse meio de locomoção.
Mas a segurança também é outro ponto crítico.
De acordo com o Portal do Trânsito, embora o uso da bicicleta esteja crescendo, acidentes e percepções de risco ainda limitam a adesão a este meio de transporte. As ciclovias precisam estar conectadas, seguras, com sinalização adequada e devidamente integradas aos diversos meios de transporte, especialmente o público.
Isso será essencial para tornar a bicicleta um meio confiável e seguro para todos. O ponto central é claro: a bicicleta não é apenas um meio de transporte, mas também uma ferramenta estratégica para repensar as nossas cidades.
Cada quilômetro de ciclovia, cada política de incentivo e cada medida de segurança contribui enormemente para uma cidade mais conectada, sustentável, segura e inclusiva.