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A carne ficou mais cara nos EUA e o vilão não é o frigorífico

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Izak Carlos

Izak Carlos
  • 10/11/2025
  • 11:54

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(Abiec/Divulgação)

(Abiec/Divulgação)

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A inflação é quase sempre a face mais visível e mais dolorosa das decisões econômicas. Quando os governos erram a mão em suas políticas, seja nas tarifas, nos gastos ou na emissão de moeda, é no preço do supermercado que o resultado aparece primeiro. A inflação é, em última instância, a materialização de todas as decisões econômicas, públicas e privadas. É por meio dela que o cidadão comum sente o peso das escolhas dos governos.

E é exatamente o que está acontecendo agora nos Estados Unidos. Após resultados eleitorais locais abaixo do esperado e uma queda nos índices de aprovação, o presidente Donald Trump decidiu reagir apontando culpados. Ordenou uma investigação contra os grandes frigoríficos estrangeiros, acusando-os de supostamente manipular preços e inflar artificialmente o valor da carne bovina no mercado americano.

O discurso é político e populista. Ao insinuar que há conluio entre as grandes processadoras de carne, o governo tenta deslocar a responsabilidade pelos preços altos para fora da própria política econômica. Mas a verdade é mais simples e mais incômoda. Não há evidências de monopólio nem de manipulação ilegal de preços.

O que existe é o efeito direto das tarifas de importação impostas pelo próprio governo norte-americano sobre carnes e produtos agropecuários vindos de grandes produtores globais como o Brasil e a Austrália. O raciocínio é básico: quando se cria uma barreira comercial, o produto importado fica artificialmente mais caro. Com as tarifas, os Estados Unidos reduziram a entrada de carnes estrangeiras, diminuindo a oferta interna e pressionando os preços para cima.

Do outro lado, os produtores americanos, protegidos da concorrência, puderam vender mais no mercado doméstico e a preços maiores. Só que a produção local não é suficiente para suprir toda a demanda do país. Resultado: escassez relativa e aumento de preços. Segundo os dados oficiais mais recentes, os preços de carne bovina e de vitela nos Estados Unidos subiram quase 15% no ano até setembro.

E como o mercado global de proteína é interconectado, essa pressão também se espalhou para fora, encarecendo carnes em outros países. Os exportadores que antes vendiam para os Estados Unidos redirecionaram parte da produção a outros mercados, e o restante foi reduzido, provocando uma elevação generalizada dos preços internacionais. Em resumo, a causa do problema não está nos frigoríficos, mas nas próprias decisões do governo.

Ao taxar produtos importados para proteger o produtor local, o governo americano criou um desequilíbrio artificial entre oferta e demanda. O efeito colateral — e previsível — é a inflação. E, na tentativa de remediar, agora procura vilões externos, em vez de corrigir a origem do problema. Em economia, não existe alquimia. Quando o governo tenta proteger setores da concorrência estrangeira, transfere o custo dessa proteção para o consumidor, que paga mais caro.

Tarifas, subsídios e barreiras comerciais não criam prosperidade. Apenas redistribuem perdas, penalizando quem consome e distorcendo o funcionamento do mercado. O caminho para reduzir preços não passa por mais intervenção, mas por menos barreiras e mais liberdade de comércio. Só o livre funcionamento dos mercados é capaz de equilibrar preços de forma duradoura. As distorções já começam a aparecer em vários setores da economia americana.

E essa é apenas a primeira conta a vencer. A inflação, como sempre, cobra o preço das decisões políticas tomadas no calor da hora.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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