A Justiça decretou a falência da Oi, uma das maiores operadoras de telefonia do país e, por muito tempo, símbolo da política brasileira de campeões nacionais. Aquela estratégia que usava recursos públicos para criar grandes conglomerados empresariais, supostamente capazes de competir com gigantes globais, mas o que se viu, na prática, foi o oposto: ineficiência, má gestão e prejuízo bilionário ao contribuinte. A Oi nasceu da fusão de empresas regionais, ganhou incentivos estatais e crédito farto do BNDES, com a promessa de se tornar um exemplo de sucesso do capitalismo nacional.
O resultado: uma das maiores recuperações judiciais da história do Brasil, agora encerrada com a liquidação dos ativos. O fracasso da Oi é também o fracasso da ideia de que o Estado pode escolher quem deve vencer no mercado. A política de campeões nacionais partia de uma boa intenção: fortalecer empresas brasileiras para que se tornassem competitivas globalmente, mas ela ignorou uma regra básica da economia. Concorrência é o que gera eficiência.
Quando o Estado escolhe vencedores e despeja dinheiro público em alguns grupos, ele distorce o mercado, desestimula a inovação e cria um ambiente de privilégios. No mundo, poucos países insistiram nesse modelo, e quase todos colheram os mesmos resultados: gigantes endividados, corrupção e perda de competitividade. No Brasil, o exemplo da Oi se soma a outros casos que já deixaram um rastro de prejuízos públicos e desconfiança privada.
É o custo de substituir mérito por política. Em economia, não existe alquimia. Nenhum decreto, subsídio ou financiamento estatal consegue transformar uma empresa ineficiente em líder global. O que cria campeões de verdade é produtividade, inovação e competição, e não o protecionismo disfarçado de política industrial.
A falência da Oi deveria, portanto, encerrar não apenas a história de uma empresa, mas também a crença de que é possível fabricar sucesso com dinheiro público. O Estado precisa ser árbitro, não jogador. Garantir regras claras, segurança jurídica e condições para que todos possam competir em igualdade.
