Nos últimos séculos, a educação deixou de ser um espaço exclusivo de poucos para se tornar, em tese, um direito universal. Mas sejamos honestos: dizer que é universal não significa que todos realmente aprendem. Infelizmente, ao longo da história, o ensino sempre respondeu às pressões do seu tempo, ora para formar Estados nacionais, ora para se adaptar às novas formas de trabalho exigidas pela economia.
Livros, escolas e universidades sempre foram fundamentais, mas também restritos por barreiras sociais, econômicas e culturais. Ainda assim, a educação foi e continua sendo o caminho mais poderoso de transformação e mobilidade social, cultural e econômica que a humanidade já construiu.
Para entender a história da educação, é importante observar como a informação circula. E sim, a internet mudou tudo: mudou a forma de escrever, de ensinar e de se conectar com o saber. Agora, uma nova tecnologia bate à nossa porta, ainda mais poderosa: a inteligência artificial.
Diferente dos livros ou das plataformas estáticas, a IA pode personalizar o ensino, adaptar-se ao ritmo de cada estudante e reorganizar conteúdos em segundos. Ainda é cedo para afirmar com certeza, mas talvez estejamos mais próximos daquela velha promessa de universalizar a educação.
Por enquanto, apenas talvez. Porque sem a inclusão dos educadores nessa equação, essa chance pode se perder no meio do caminho, entre o entusiasmo técnico e o excesso de confiança nas máquinas. A IA tem limites éticos, técnicos e humanos. É um motor potente, mas precisa da direção dos educadores.
Olhando para tudo o que a história nos ensinou, talvez estejamos diante de uma grande oportunidade de transformar o acesso ao conhecimento. Mas essa chance só se realiza com a presença e a mediação de quem sabe ensinar.
