A letra mais famosa do mundo surgiu de uma treta entre um designer e um famoso jornal. Você acredita? Pois é, estou falando da fonte, padrão de todos os processadores de texto, que é usada também em praticamente todos os livros que você já leu. Ela está perto de completar 100 anos, mas tem um nome difícil de pronunciar: Times New Roman.
Para entender, é preciso voltar ao início do século XX, quando a empresa Monotype era quem produzia tipos para jornais de todo o mundo. Em 1930, Stanley Morrison, um dos seus tipógrafos, escreveu uma carta ao Times de Londres, criticando duramente a fonte tipográfica usada pelo jornal.
À época, o jornal usava uma família de tipos romana, serifada, que Stanley considerava antiquada, pouco legível e de difícil impressão. Segundo ele, a escolha da letra dava ao jornal um ar defasado. Em lugar de refutar a crítica, os editores do jornal desafiaram Morrison a criar uma fonte melhor. Ele aceitou a encomenda e se pôs a trabalhar com Victor Larder, que já era publicitário do Times.
Foram dois anos desenhando uma fonte que fosse mais fácil de ler, mais econômica no uso do papel e que pudesse ser impressa sem borrões em qualquer tipo de suporte. E aí, finalmente, no dia 3 de outubro de 1932, circulou pela primeira vez uma edição na Nova Fonte Romana do Times, ou seja, a Times New Roman.
Pois é, vem daí esse nome aparentemente estranho. O Times, né? O jornal, no caso, teve exclusividade no uso dessa fonte por 1 ano, antes que a Monotype a liberasse para uso comercial em outros livros e jornais.
Agora, o que eu acho particularmente interessante nessa história é a visão do jornal do Times em ouvir o feedback de um cliente e trabalhar a crítica a seu favor. Você teria reagido de modo tão construtivo? É isso aí, curtiu a história? Então fica ligado que daqui a pouco eu conto outra.