Vamos falar sobre um tema razoavelmente difícil. Difícil de digerir, talvez, não de falar. É importante colocarmos que, para o processo econômico de desenvolvimento real, consistente, com baixa volatilidade e de qualidade, temos que pensar de fato em como a concorrência nos ajuda nisso.
Concorrência significa que o melhor ganha, significa que quem faz melhor produz com custo total médio mais baixo. Isso leva a efeitos deflacionários com maior qualidade. Aquele que, obviamente, faz melhor deveria ser remunerado via lucros pela sociedade por esse serviço bem prestado. Não devemos necessariamente apoiar a baixa qualidade a preços altos, o que é algo que estamos correndo o risco de fazer por algumas razões.
É importante destacarmos que o processo concorrencial é o que nos leva para a frente. Foi assim desde os idos da Segunda Revolução Industrial, e isso continua de maneira intensa hoje, com os novos processos tecnológicos, os avanços na saúde, os avanços no sistema financeiro, os avanços no setor imobiliário, os avanços no setor de seguros e por aí vai. Quem faz melhor leva: preços mais baixos com maior qualidade. É nisso que deveríamos focar.
Esse é o benefício do bem-estar geral gerado pelos processos concorrenciais. Devemos focar mais na qualidade do ambiente de negócios que promova essa questão, e não em subsídios, protecionismo ou proteções específicas para questões pontuais via bancos específicos ou, no caso do crédito direcionado, como bastante usamos aqui, via a instrumentalização de políticas parafiscais através do BNDES e de bancos públicos de outras formas.
A concorrência é o que, de fato, consegue levar benefícios como efeito-renda e efeito-substituição positiva para a sociedade como um todo. O bem-estar econômico está aí, ao administrar recursos escassos da melhor maneira possível, considerando de fato a produtividade, através do menor custo de oportunidade de cada escolha conflitante, o que chamamos de trade-off.
A sociedade precisa ter a capacidade de discutir isso de maneira clara, direta e verdadeira, sem floreios ideológicos, sem nada que atrapalhe a real decisão do processo econômico para melhor.