Furtos de cabos: quem recepta essa mercadoria?

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O problema do furto de cabos persiste em grande escala e o enfrentamento dessa questão requer uma resposta contundente das autoridades para desmantelar a cadeia de receptação (Foto: freepik.com)

Uma situação preocupante está se tornando normalidade nas ruas de Belo Horizonte: o furto de cabos elétricos, que ocorre a qualquer hora do dia ou da noite e coloca em risco a segurança de todos. Um exemplo recente foi o episódio ocorrido no bairro Funcionários, onde a ousadia de um homem andando sobre os cabos, equipado com um serrote, obrigou o desligamento de toda a rede elétrica local. Essa cena chocante contou até mesmo com a mobilização de um helicóptero da Polícia Militar, refletindo a gravidade da situação.

Esse problema revela uma série de questões. Primeiramente, a segurança física dos envolvidos no furto: ao subir em cabos de alta tensão para cortar fios de cobre, essas pessoas arriscam suas próprias vidas. Além disso, os cortes de energia causados por esses furtos prejudicam a população. Contudo, o cerne da questão vai além: a receptação. Não haveria tanta motivação para esses furtos se não houvesse compradores lucrando com o cobre obtido de forma ilegal.

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A simples observação de alguns pontos da cidade, como a Lagoinha e áreas próximas à Barragem Santa Lúcia, na Avenida Prudente de Morais, revela cenas preocupantes: locais onde cabos são queimados para extração do cobre. Essas ações deixam claro que existe uma cadeia de receptação e lucro que sustenta esse tipo de crime. Portanto, é essencial que haja um esforço conjunto de fiscalização por parte da prefeitura e investigações rigorosas conduzidas pela Polícia Civil para identificar os compradores desses materiais.

A prefeitura iniciou a substituição de fios de cobre por cabos de liga de ferro nos semáforos da cidade, o que já trouxe resultados significativos. Em abril de 2024, foram registradas 173 ocorrências de furto de cabos em semáforos, número que caiu para apenas 16 em setembro do mesmo ano. A redução também gerou economia nos custos de reposição.

Acontece, porém, que essa medida é pontual, e o cabeamento de energia pública e até particular — de edifícios e hospitais — continua sendo furtado. O problema do furto de cabos persiste em grande escala. O enfrentamento dessa questão requer não apenas soluções práticas, como a adoção de materiais menos atrativos, mas também uma resposta contundente das autoridades para desmantelar a cadeia de receptação.

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Um olhar atento às ruas e avenidas da cidade, bem como ao comércio dos produtos extraídos do furto desses cabos, pode fornecer aos responsáveis por coibir esse crime uma radiografia bastante segura do problema. Mas parece que os “aparelhos de raio X” dessas pessoas estão quebrados ou em manutenção.

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Paulo Leite

Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks. Apresentador do programa Café com Leite.

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