Milhões de aposentados e pensionistas foram surpreendidos com descontos indevidos, que variavam entre R$ 30 e R$ 50. Na teoria, seriam “contribuições voluntárias” para associações ou sindicatos que prometiam benefícios duvidosos como desconto em academias. Na prática? Uma fraude bilionária contra os mais vulneráveis do país.
Segundo investigações da Polícia Federal, o golpe não é de hoje — começou ainda no governo Temer, passou pelo governo Bolsonaro mas só explodiu de vez em 2024, durante o governo Lula. Estima-se que, entre fraudes diretas e abusos em consignados e vendas casadas, o rombo possa chegar a impressionantes R$ 219 bilhões. Para comparação: o Mensalão custou R$ 141 milhões e o Petrolão, R$ 42,8 bilhões.
Ou seja, podemos estar diante do maior escândalo de corrupção já registrado na história do país. Indícios apontam para envolvimento dentro do próprio INSS, com facilitação para registrar descontos ilegais no sistema. Isso levou à saída de nomes importantes, como o presidente do INSS e o ministro da Previdência.
O alvo principal? Idosos, muitos analfabetos ou com dificuldades para acessar e entender extratos. O esquema foi tão bem planejado que cresceu junto com os reajustes das aposentadorias, justamente para passar despercebido.
O que fazer se você é aposentado ou conhece alguém nessa situação?
- Entre no site ou app Meu INSS
- Clique no serviço “Consultar Descontos de Entidades Associativas”
- Se identificar algo atípico clique em “Não autorizei o desconto”
O usuário receberá a mensagem de que o pedido foi realizado com sucesso e que as entidades associativas têm até 15 dias úteis para responder a contestação. A partir deste momento, basta acompanhar a resposta pelos canais de atendimento do INSS ou pelo telefone 135.
📢 Atenção: o INSS não está mandando mensagens, e-mails ou ligações para tratar disso. E não é necessário ir até uma agência — a não ser em casos específicos, como herdeiros de beneficiários falecidos (e mesmo assim, com agendamento).
Mais que um golpe: um alerta
Esse escândalo não é só um problema de corrupção. Ele escancara a fragilidade de um sistema previdenciário que deveria proteger as pessoas, mas já está em colapso.
Hoje, o dinheiro que você contribui não vai para a sua aposentadoria, mas para pagar quem já se aposentou. Isso se chama transferência intergeracional. E com a nossa pirâmide etária invertendo (menos jovens, mais idosos), a conta não vai fechar. O déficit previdenciário só cresce e já consome mais da metade do orçamento federal.
Enquanto isso, muita gente das novas gerações tenta fugir do sistema, porque percebe que depender só do INSS no futuro pode ser suicídio financeiro.
💡 Conclusão? Criar sua própria aposentadoria não é mais uma escolha. É sobrevivência. Não confie na previdência pública, seja prudente e se prepare com uma reserva pessoal. Seja no Tesouro Direto, num fundo de previdência privada, em imóveis ou mesmo em investimentos de renda variável. O golpe mostrou o tamanho do risco — agora é sua vez de mostrar o tamanho da sua prudência.