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(Planalto/Divulgação)

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O tão aguardado acordo comercial entre Mercosul e União Europeia entrou em nova fase. Após mais de 25 anos de negociações, o texto foi formalmente apresentado pela Comissão Europeia ao Conselho e ao Parlamento Europeu, com expectativa de ratificação ainda em 2025.

Trata-se de um dos maiores acordos comerciais do mundo, envolvendo um mercado combinado de mais de 700 milhões de consumidores. No cerne do acordo, estão cortes tarifários expressivos. O Mercosul eliminará impostos sobre cerca de 91% das exportações europeias — como automóveis — ao longo de 15 anos. Em troca, haverá redução progressiva das tarifas europeias sobre produtos sul-americanos, com destaque para carne bovina e açúcar.

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A União Europeia ampliou cotas de importação livres de tarifas para bovinos, aves, açúcar, etanol e outros produtos, além de garantir acesso preferencial a matérias-primas estratégicas, como o lítio, essencial para sua transição energética. Do lado europeu, o desbloqueio do acordo busca reduzir a dependência de mercados como China e Estados Unidos, além de fortalecer cadeias estratégicas de fornecimento. Já o Mercosul espera ampliar a inserção global de suas exportações e atrair mais investimentos industriais.

Mas nem tudo são flores. Países como França e Polônia, além de setores ligados à agricultura, questionam o pacto. As críticas apontam diferenças nos padrões sanitários, riscos ao meio ambiente — sobretudo à Amazônia — e a possibilidade de desequilíbrio frente às normas rígidas da União Europeia.

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Em economia, não existe alquimia. A transformação por meio do comércio livre só gera benefícios reais se houver regras de origem claras, compromissos ambientais sólidos e mecanismos de salvaguarda. A abertura só vale se for sustentável e estruturante, não um risco para nossos recursos naturais.

Será que teremos ganhos?

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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