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O Caso da Ponte de Nova Roma do Sul (RS)

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No início de setembro de 2023, colapsou a ponte de 93 anos que era o principal acesso à cidade de Nova Roma do Sul (RS), em razão das fortes chuvas e consequente cheia do Rio das Antas. Sem a ponte, para chegar e sair da cidade, só era possível com um aumento de mais de duas horas na viagem por uma estrada alternativa. A economia da cidade de cerca de 4 mil habitantes e a qualidade de vida de sua população foram severamente abaladas.

Estado

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O governo estimou que uma nova ponte custaria cerca de R$12,3 milhões e que apenas a licitação (processo de compra pública), mesmo emergencial, só seria finalizada em março de 2024. A execução da obra levaria ainda mais tempo, com provável conclusão somente a partir do segundo semestre de 2024.

Mobilização Social

Sentindo os riscos reais para a economia local, a comunidade se mobilizou por meio de uma associação privada, para arrecadar os recursos e acelerar a reconstrução da ponte. Em incríveis 138 dias a ponte foi reinaugurada (na semana passada!), custando apenas R$5,7 milhões, arrecadados mediante doações, rifas e eventos promovidos pela instituição. Vale destacar, com o dobro da capacidade de peso da ponte original.

Para além da corrupção

Os resultados dos nossos companheiros gaúchos foram impressionantes! A solução consumiu menos tempo que o processo de licitação do Estado e menos da metade dos custos estimados pelo governo. Isso exibe o tamanho da ineficiência do Estado, que vai muito além do ideário comum de corrupção. Vou apresentar três pontos para levar a argumentação para um próximo degrau:

1)    Para um mau pagador, o preço é maior

O Brasil é um país em que o governo está muito endividado. Existe um grande histórico de calotes e atrasos de pagamentos a partes privadas. Ao vender para os governos, as empresas privadas são obrigadas a colocar este risco em seus preços, elevando os valores de seus produtos em vendas para o setor público.

2)    Menor preço, pior qualidade

As licitações são uma forma de se evitar a corrupção, entretanto, acabam piorando a percepção de péssima qualidade dos serviços públicos. Na maior parte das vezes, as compras públicas seguem a lógica da seleção pelo menor preço. E sabemos, preço e qualidade, tendem a andar de mãos dadas. Sendo assim, quando o setor público precisa comprar algo, demora muito tempo para efetuar a compra por conta de uma legislação super complexa e burocrática, incentivando contratações com as piores qualidades disponíveis no mercado e a preços mais elevados do que seria possível comprar diretamente na iniciativa privada. Uma completa ineficiência no uso de recursos.

3)    Público vs Privado

Você trabalha e faz seu dinheiro. É justo que escolha como lidar com ele. Afinal, ninguém sabe mais de seus próprios interesses do que você mesmo. Isso é o lado privado.

Pelo lado público, o governo arrecada o seu dinheiro. Ele não trabalhou por isso, portanto não tem a mesma percepção de esforço que você, simplesmente tem o poder de obrigar a pagar. Além disso, os governantes não conseguem perceber as reais necessidades das pessoas. Temos aqui a pior alocação possível de recursos: alguém que não trabalhou pelo dinheiro definir o destino do dinheiro de todas as pessoas para cumprir com seus desejos individuais difusos.

Conclusão

O caso da ponte de Nova Roma do Sul (RS) ilustra muito bem o dilema público vs privado. Quando organizado, o setor privado consegue resultados mais rápidos, baratos e eficientes. Cada indivíduo contribuiu na ponte de acordo com seu interesse pessoal para o bem coletivo, solucionando o problema de uma maneira notável e muito didática.

Enquanto isso, o setor público, amarrado em morosidades, levaria muito mais tempo e consumiria mais que o dobro dos recursos. E no fim, o pagamento de toda essa ineficiência, sairia da própria população em forma de taxas e impostos. Isso considerando ainda que não exista corrupção!

Entenda: Quanto mais governo, mais serviços de menor qualidade e a preços mais elevados. Mais governo, menos dinheiro no seu bolso.

Isso não quer dizer que não deva existir um governo, mas que ele deve ser o menor possível para cumprir com suas missões verdadeiramente relevantes: dar condições mínimas de as pessoas mudarem para uma vida melhor se assim desejarem. Isso se faz com segurança, educação, saúde, justiça e pitadas de infraestrutura.

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