O termômetro do Legislativo em Minas

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Assembleia Legislativa de Minas Gerais e Câmara de BH (Fotos: Luiz Santana/ALMG e Dara Ribeiro/CMBH)

Se na Rua Rodrigues Caldas, no Santo Agostinho, o clima é de conciliação, na Avenida dos Andradas os termômetros apontam para uma temperatura mais elevada.

O ano da Assembleia de Minas começou com o Legislativo e o Executivo mostrando disponibilidade ao diálogo, e o presidente da Casa incluindo em suas falas iniciais um apoio ao governador Zema na determinação para a derrubada dos vetos de Lula ao Propag.

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Os vetos do presidente geram um passivo de mais de R$ 5 bilhões em 2025 e 2026.

A relação entre os Poderes deve ser sempre de independência, reforçando a característica fiscalizatória da atividade do Legislativo. Todavia, isso não pode se transformar em oposição sistemática ou ser sustentado apenas por questões ideológicas e partidárias.

A harmonia entre os Poderes não é ponte para a subserviência de um ao outro. A relação republicana entre a Assembleia e o Governo é reforçada pelo temperamento do governador Zema, que conta com a habilidade política e a capacidade conciliadora do presidente Tadeuzinho, um jovem deputado que se revela uma promissora liderança política no estado.

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Já na Câmara Municipal de BH, um cenário de dificuldade entre os Poderes na cidade aponta para uma convivência menos harmônica nas condições de governança. Essa relação tem sido marcada por desafios e oportunidades ao longo dos anos, exemplificada pelos confrontos iniciados ainda na gestão Kalil.

Recentemente, a relação entre os dois Poderes tem enfrentado turbulências. A eleição da nova presidência da CMBH, com Juliano Lopes (Podemos) assumindo o cargo, aumentou a tensão com a Prefeitura da cidade. Bruno Miranda (PDT), líder do prefeito, foi adversário de Lopes na disputa. Juliano acusou Miranda de não cumprir o acordado e de se apresentar para a disputa.

Essa confusão deixou a relação entre os vereadores e a Prefeitura estremecida, dificultando a comunicação e a colaboração necessárias para uma governança eficaz. Além disso, a oposição na Câmara, reforçada pela maioria de vereadores do PL e pela família Aro, da qual o presidente da Casa é membro, tem prometido avaliar de forma mais rigorosa os projetos de lei enviados pela Prefeitura, o que pode levar a um processo mais contencioso e lento.

A nova legislatura na CMBH, com uma composição mais diversificada e representativa, também pode trazer novas perspectivas e soluções para os desafios enfrentados pela cidade.

A chave para um governo eficaz em Belo Horizonte reside na capacidade de ambos os Poderes trabalharem juntos, superando diferenças e focando no bem-estar da cidade e de seus cidadãos — algo que não ocorre há muito tempo na capital.

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Paulo Leite

Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks. Apresentador do programa Café com Leite.

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