Um estudo da McKinsey mostra que a transformação digital acelerada pela IA generativa está pressionando as organizações a revisarem com urgência as suas práticas de capacitação.
A pesquisa indica que mais de 60% dos executivos globais veem o upskilling como prioridade crítica para os próximos 5 anos, especialmente em funções ligadas à análise de dados, gestão de pessoas e liderança estratégica. A lógica é clara: enquanto tarefas operacionais tendem à automação, o diferencial humano está cada vez mais em habilidades complexas, como pensamento crítico, criatividade aplicada, comunicação e inteligência emocional.
O relatório sugere que empresas que investem em upskilling estruturado podem reduzir em até 40% os riscos de obsolescência de funções e ganhar vantagem competitiva ao reter talentos. No entanto, a McKinsey alerta que muitas companhias ainda operam de forma reativa, oferecendo treinamentos pontuais em vez de programas consistentes e conectados ao planejamento estratégico. Isso gera desperdício de recursos e pouco impacto real.
As organizações de ponta, por outro lado, estão criando academias internas de aprendizagem, parcerias com plataformas globais e trilhas contínuas de desenvolvimento que preparam colaboradores para múltiplos cenários. No Brasil, a urgência ainda é maior. Segundo a CNI, quase a metade das empresas industriais já enfrenta dificuldade para contratar profissionais qualificados em áreas-chave.
Sem um investimento robusto em qualificação e desenvolvimento, a lacuna entre tecnologia disponível e capacidade humana pode se tornar intransponível. Mais do que preparar novas funções, o upskilling é sobre criar um ecossistema de aprendizado contínuo que permita às pessoas evoluir junto com a organização. Essa vai ser a fronteira decisiva entre empresas que prosperam e aquelas que ficam para trás.