No Visão Macro de hoje, vamos falar um pouco mais sobre riscos da renda fixa. Nesse caso, mais o risco inerente em relação a taxas de juros muito altas ou custo de capital muito alto, principalmente no que tange, ao lado das despesas financeiras que as empresas acabam incorrendo quando tem dívidas para financiar seu crescimento e suas atividades.
Vamos falar um pouco mais sobre um risco que quase que invisível e muito perigoso que a gente chama de risco de crédito. Afinal, a renda fixa só é fixa se ela te paga no final aquela taxa contratada. Até lá, ela pode variar bastante. E é meio que uma situação binária pelo risco de crédito, se a empresa te paga ou não. Obviamente, que empresas com maior risco de crédito deveriam te oferecer taxas muito mais atraentes para que você tenha disponibilidade de as financiar, assim como acontece com o próprio risco país.
Nesse caso, olhando para o risco de crédito privado, a gente tem que ter uma capacidade muito melhor de precificar coisas que a gente não faz aqui, principalmente também porque ele acaba sendo mascarado pelo benefício fiscal das isenções até o momento, de títulos como de letras incentivadas, crise, crase, que o investidor pessoa física acaba olhando muito mais do que o risco de crédito em si.
Muito embora parte dessa isenção esteja na pauta para discussão, né, através da nova MP para compensar o IOF, a queda do IOF, que o governo tem tentado promulgar para a ter uma capacidade de arrecadação ao longo do tempo. Muito embora a isenção possa possa reduzir, o nível de incentivo desses papéis ainda será bastante relevante.
Aqui a gente tem que colocar que avaliar o risco de crédito implícito de uma empresa, através da locação em renda fixa fora do contínuo monitoramento dos seus balanços e demonstrativos, significa necessariamente também acompanhar a mutação da precificação do ativo em si ao longo do tempo. Mas não só a taxa que ele negocia nos mercados secundários, mas também o seu volume transacionado.
Além disso, a gente tem uma métrica que poucas pessoas olham, que é muito relevante, o melhor jeito de olhar para preço aqui é acompanhar riscos combinados, inclusive risco de liquidez. Nós precificamos muito mal no Brasil através da mutabilidade dos spreads de compra e venda de um ativo de renda fixa. O quanto mais largos eles forem, isso tem uma mensagem muito negativa e deveria ser uma fonte de informação muito mais relevante do que a gente de fato acaba olhando.
Tenha sempre cuidado na locação, isenção não é tudo, assim como nem tudo que reluze é ouro. Não é nem tudo que tem isenção, tem prêmio.