Em Minas Gerais, o setor de serviços teve um grande aumento na abertura de novas empresas nos último 12 meses. Em entrevista à Rádio 98 News nesta segunda-feira (02/06), a economista da Fecomércio, Fernanda Gonçalves, explicou de que forma este crescimento pode ser entendido do ponto de vista econômico.
“Nós vemos esse cenário de duas formas. Nós temos o mercado de trabalho aquecido e um mercado de trabalho aquecido tem uma tendência de não conseguir, muitas vezes, trabalhadores via CLT. E temos o viés também de muitos trabalhadores indo para o MEI (Micro Empreendedor Individual) com a perspectiva de conseguir salários melhores do que CLT. Então, temos essa consequência, tanto do mercado de trabalho quanto do consumidor, que muitas vezes está procurando salários melhores, indo para o microempreendedorismo e tendo essa tendência de empreender, de procurar um tempo melhor”, disse
Fernanda ainda completou que o crescimento pode ser causado por um fator geracional. Segundo a economista, “a geração dos Millenials, Geração Z, estão querendo mais opções de trabalho, principalmente home office, que tenha a manhã livre, características diferentes do que o CLT pode oferecer”. Com uma nova geração, que “quer mais tempo com a família”, o comportamento no mercado de trabalho também muda.
Apesar de buscar mudanças na forma como procur opções de trabalho, Fernanda entende que a nova geração não está totalmente preparada para empreender. Com vagas para diversos cursos na ramo do empreendedorismo, o Sesc Senac vê baixa adesão de alunos aos programas de estudo.
“Temos diversas vagas oferecidas, muitas vezes gratuitas, e não temos pessoas para fazer esses cursos. Temos uma geração que quer sim empreender mas não quer saber como se olha a planilha financeira, como se faz o DRE. Então, eu tenho empreendedores que, após dois anos, tendem ir à falência.”
*Estagiário sob supervisão do coordenador Wagner Vidal