Chegou a nossa vez. Uma carta do presidente Donald Trump impôs uma taxação de 50% sobre todos os produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos.
A carta, destinada ao Brasil e divulgada na reta final do pregão de ontem, foge ao padrão de comunicações semelhantes enviadas a outros países ao redor do mundo. Logo no primeiro parágrafo, há uma menção direta ao ex-presidente Jair Bolsonaro e uma crítica à forma como o político brasileiro tem sido tratado até aqui. Essa “traulitada” que recebemos ontem à tarde tem duas páginas.
No primeiro parágrafo da segunda página, o presidente Donald Trump faz um alerta. Ele afirma: “Se por qualquer motivo você decidir subir as suas tarifas, então qualquer que seja esse número que você escolher, ele será adicionado aos 50% que estão sendo cobrados.” Ou seja, senhoras e senhores: se ficar, o bicho pega; se correr, o bicho come.
Tem criança de colo correndo pela sala, trader chorando e a mãe nem está vendo. O presidente Lula convocou uma reunião de emergência para tratar do assunto. Foram chamados o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também responde pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Diante disso, o Ibovespa fechou o dia com queda de 1,31%; o dólar futuro avançou quase 2,30%; e os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2035 dispararam, chegando a subir 43 pontos-base.
Hoje, a sessão promete. Tire as crianças da sala, porque deve ser tiro, porrada e bomba.
O mercado de futuros abre às 9h; o mercado à vista, às 10h. Deve ser um Deus nos acuda. E atenção à agenda do dia: às 9h, horário de Brasília, sai um dado superimportante, o IPCA de junho, índice oficial de inflação do país. É item obrigatório no radar.