Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, é hoje sinônimo de oportunidade para milhares de trabalhadores da moda.
O polo confeccionista da cidade reúne cerca de mil empresas, gera três mil empregos diretos e movimenta R$ 614 milhões por ano, consolidando o município como um dos mais importantes polos de confecção do interior de Minas Gerais.
Mas, por trás dos números, estão histórias de vida transformadas pelo trabalho nas confecções, que movimentam a economia local e dão orgulho aos trabalhadores do setor.
Marli Gonçalves, que há oito anos trocou as vendas pela costura na CH3, conta que encontrou realização pessoal na profissão:
“Ah, porque tudo que sai aqui eu acho lindo, sabe? Eu acho muito bom quando a gente vê uma peça que a gente fez, né? Porque a gente dedica o melhor, capricha, né? Para sair uma peça bonita, então o cliente sair satisfeito.”
O sentimento de orgulho e pertencimento é uma marca da rotina dentro das fábricas e oficinas de costura da cidade.
Orgulho de ver o trabalho ganhar o mundo
A sensação de fazer parte de algo maior também está presente em quem lidera as marcas. Janaine Milagres, proprietária da Doce Veneno, lembra que momentos de visibilidade nacional das peças são celebrados por todos:
“Mas quem está conosco sente um orgulho imenso, principalmente quando às vezes vê as famosas usando as peças, então acaba que fala: nossa, fui eu que fiz. Quando a Xuxa apareceu com o body, nossa, saiu na capa de uma revista, toda costureira me ligou: ‘eu fiz esse body’, ‘eu também fiz’, ‘eu também fiz’, o pessoal da estamparia, foi aqui que fez a estampa. Então, eles também se sentem parte, e isso é muito importante, a gente se sentir parte faz com que a empresa ande cada vez melhor, tenha mais bons resultados, e é isso que a gente quer, a gente caminha junto.”
Prosperidade compartilhada com os trabalhadores
Para os empresários da confecção, prosperar significa caminhar lado a lado com os funcionários, garantindo que o sucesso das marcas também se reflita na vida das famílias. É o que ressalta Eliana Chagas, sócia da CH3:
“A gente contribui e a gente fica muito satisfeita de ver o funcionário da gente também bem. Trabalhando, adquirindo, conquistando, construindo as suas casas, cuidando dentro da família deles. Na verdade, prosperando. Então eu acredito que a prosperidade é muito boa. Eu fico muito feliz em poder contribuir com a parte que eu contribuo aqui dentro.”
Facções e costureiras: o motor do polo
Além dos empregos diretos, o polo de moda de Divinópolis se apoia em uma ampla rede de facções terceirizadas, que movimentam a cadeia produtiva e geram renda em diversas famílias.
Quem explica é Carlos Alberto da Cruz, proprietário da Nattany Modas:
“Olha, hoje nós estamos com dez funcionários direto na fábrica e estamos com umas 36 a 40 facções, porque o corte é todo feito aqui, a modelagem, o piloto, o corte, e depois eu distribuo para as facções.”
Essas parcerias fortalecem o setor e mostram como a confecção vai muito além das passarelas, envolvendo dezenas de pequenos negócios em torno de cada peça produzida.
Semana da Moda de Divinópolis reforça protagonismo
Durante a Semana da Moda de Divinópolis, que chega à sua 3ª edição, o brilho está nas passarelas e nos desfiles para lojistas. Mas o que sustenta o sucesso do evento é o tecido social costurado no dia a dia das fábricas: histórias de trabalho, renda e orgulho que consolidam o município como um dos grandes polos de moda do país.