O reencontro de Neymar com o Cruzeiro, neste domingo (10), no Mineirão, vai muito além de um simples jogo do Brasileirão. O craque do Santos reencontra o adversário que, 13 anos atrás, sofreu com uma de suas atuações mais marcantes: um hat-trick no 4 a 0 sobre a Raposa, em 2012. Na época, a torcida celeste aplaudiu Neymar pela atuação lendária na Arena Independência. Agora, o cenário é outro. O craque busca provar que deixou para trás o drama físico que ameaça sua presença no Mundial de 2026.
A batalha de Neymar contra o tempo
Desde 17 de outubro de 2023, quando rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo em jogo contra o Uruguai, Neymar não conseguiu emendar uma sequência longa em alto nível. Foram 340 dias afastado até o retorno. Depois, vieram problemas comuns a quem enfrenta uma lesão tão grave: recondicionamento físico e lesões musculares recorrentes, que o tiraram de ação por mais 209 dias.
No total, já são 549 dias longe dos gramados desde a contusão no joelho. Mas há sinais positivos. Sem lesões musculares desde maio, Neymar voltou a ter sequência: depois da pausa para a Copa do Mundo de Clubes, marcou três gols em cinco partidas e atuou os 90 minutos em todas elas.
O paralelo com Ronaldo Fenômeno
A história remete inevitavelmente ao que viveu Ronaldo Fenômeno entre 1999 e 2002. O atacante, então na Internazionale, sofreu uma torção no joelho direito em novembro de 1999, passou por cirurgia e, poucos meses depois, viveu o momento mais dramático: a ruptura do tendão patelar no mesmo joelho, em abril de 2000, na final da Copa da Itália.
A recuperação foi longa: 524 dias até voltar a jogar. E, mesmo assim, Ronaldo enfrentou mais 112 dias afastado por lesões musculares antes da Copa de 2002. No total, 636 dias no departamento médico.
Apesar disso, o Fenômeno foi convocado, marcou oito gols no Mundial, dois deles na final contra a Alemanha, e conduziu o Brasil ao penta. Um dos maiores retornos da história do futebol.
Mais um teste antes da Seleção
Neymar sabe que precisa convencer não só a torcida, mas também Carlo Ancelotti. O técnico da Seleção Brasileira certamente está de olho no desempenho do camisa 10, que tenta garantir vaga na lista para os últimos dois jogos das Eliminatórias. O Brasil enfrenta o Chile, no dia 4 de setembro, e a Bolívia, no dia 9 do mesmo mês.
Com a Copa marcada para junho de 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá, o jogo contra o Cruzeiro se torna mais um passo importante nessa corrida contra o tempo.
E a promessa é de casa cheia no Gigante da Pampulha. Os ingressos estão esgotados e a expectativa é que 59 mil pessoas estejam no Mineirão para acompanhar a partida.