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Quando as coisas vão ruins por aqui, as coisas vão realmente muito ruins (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Quando as coisas vão ruins por aqui, as coisas vão realmente muito ruins (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Visão Macro de hoje, vamos falar sobre a temática da volatilidade do crescimento econômico ao longo do tempo. Isso é, o preço que pagamos por escolher políticas públicas de partido e não políticas públicas de Estado, por fazer coisas de curto prazo e não olhar para o longo prazo ao longo do tempo.

Desde os anos 70, mais especificamente desde o milagre econômico ou do sinal do milagre econômico em 76, passamos por uma alta volatilidade dos números econômicos. Não só temos anos com INPS em crescimento em si, mas também temos anos em que o PIB cai e não cresce. Isso é particularmente evidente com o que passamos entre os anos de 2013 a 2016, cuja queda próxima de 10% do PIB só é equivalente a países com guerra civil.

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E isso por decisões completamente errôneas em várias frentes, mas principalmente uma combinação muito nociva da política monetária tendo sido feita de maneira errada e a política fiscal de maneira bastante expansiva. É importante colocar isso em números. Desde 76, desses 40 anos até 2019, tivemos 14 anos de decrescimento do PIB. Não só esse número é alto frente a outros lugares do mundo, como, por exemplo, a América Latina, que não passa de 3 anos, essa observação de Quarente.

Mas quando as coisas vão ruins por aqui, as coisas vão realmente muito ruins. Nossa média é de mais ou menos queda de 2,6% com levantos. E quando acertamos, também temos dados bastante extremados, mas a média é de mais ou menos 2,8%. Ou seja, quando acertamos, acertamos muito pouco acima dos nossos erros e isso traz uma volatilidade que reduz o crescimento total ao longo de vários anos.

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Por exemplo, desde 76, nosso crescimento médio foi de 0,9% ao ano. Não parece coincidência quando olhamos números assim. Quando falamos do PIB per capita, tão melhor. Um dado que talvez seja até melhor hoje do que olhar o PIB per capita é o PIB por trabalhador, que temos nos mantido bastante estável, sem crescimentos de maneira intensa, como aconteceram em outros lugares que, de fato, passaram por laivos econômicos pela decisão de políticas públicas corretas com o total alinhamento da política econômica.

Países como, no caso, por exemplo, a própria Coreia do Sul. Torçamos para que as políticas públicas sejam feitas pensando no Brasil e não no partido em si, independente de quem seja o chefe do Executivo.

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Gustavo Andrade

Mestre em Economia pela UFMG (ênfase em microeconometria e finanças), com extensão pela London School of Economics. É docente em Economia e Finanças em faculdades renomadas, além de ter atuado ativamente como gestor e estrategista de portfólios desde 2013. Atualmente, além da docência em magistério superior, também atua como gestor de risco da Virtus Nexus Asset Management.

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