Adultização, sexualização de crianças e adolescentes, redes sociais, algoritmos e monetização, redes de aliciamento e pedofilia. Nos últimos dias, o youtuber Felca pautou o debate público ao divulgar um documentário de quase 1h que expõe a exploração de imagens de crianças e adolescentes nos ambientes digitais.
De comportamentos que os tornam “mini adultos” a práticas e estímulos que os empurram para diferentes tipos de violência, a presença de meninos e meninas diante das telas, e dentro delas, se tornou assunto “fora da bolha” online. O vídeo de Felca foi publicado em 11 de agosto e, desde então, vários desdobramentos ocorreram.
Aqui, na Rede 98, você acompanha nos próximos dias uma série de reportagens sobre o universo das crianças e adolescentes, o dever do cuidado para com eles e quais os impactos da adultização e sexualização no bem-estar psiquíco e emocional de meninos e meninas hiperexpostos, além é claro de ferramentas de enfrentamento para pais e famílias em busca de orientação e respostas sobre a temática.
1 – O que é a infância e quem são as crianças?
2 – Adultização e trabalho precoce
3 – Educacação Sexual x Erotização Precoce
O caso Felca e Hytalo Santos
O influenciador Hytalo Santos e o marido dele, conhecido como Euro, foram presos em decorrência de investigações anteriores ao vídeo de Felca. No documentário, Felca cita nominalmente Hytalo e apresenta situações inadequadas que envovem o influencer e os “filhos” dele, adolescentes emancipados que passaram a viver sob o teto de Hytalo e do marido para gravação de esquetes e produção de conteúdos para a internet.
Antes do vídeo “adultização” ir ao ar, Hytalo havia sido denunciado por vizinhos por promover festas com adolescentes regadas a bebidas e com nudez de menores, segundo as testemunhas. O juiz que determinou a prisão dele disse que não há dúvidas da reiterada prática de tráfico de pessoas por parte do influenciador.
Nesta semana, o assunto será pauta na Câmara dos Deputados, que aprovou requerimento de urgência para o projeto de lei que cria regras para a proteção de crianças e adolescentes durante o uso de aplicativos, jogos, redes sociais e outros programas de computador.
O Projeto de Lei 2628/22 estipula obrigações para os fornecedores e visa garantir o controle de acesso por parte dos pais e responsáveis. Com a aprovação da urgência, o projeto poderá ser votado no Plenário sem passar antes pelas comissões.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, já anunciou a intenção de votar a proposta nesta quarta-feira (20/8), logo após a comissão geral que vai debater o tema no Plenário.