Sejam muito bem-vindos e bem-vindas, porque hoje vamos falar sobre a Conferência do Clima, a COP 30, este importante evento que reunirá quase 200 países em Belém. E muita gente tem acompanhado as notícias e visto críticas à escolha da cidade de Belém como sede desta conferência.
É verdade: a fragilidade da infraestrutura, do saneamento e da mobilidade são nítidas e representam grandes desafios. Mas este é justamente o ponto. A COP 30 em Belém é também uma oportunidade para o mundo ver de perto a realidade das cidades brasileiras e amazônicas, porque as mudanças climáticas não são mais algo distante. Elas já estão aqui, afetando milhares de pessoas.
Segundo o relatório da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, mais de 91 milhões de brasileiros já foram vítimas de eventos climáticos extremos entre a década de 1990 e 2023. Nesse período, mais de 80% de todos os municípios do país enfrentaram desastres relacionados às chuvas. Ou seja, não é apenas sobre o futuro, mas especialmente sobre o presente.
E é por isso que trazer a COP 30 para a Amazônia tem tanta força simbólica e prática. A região, além de abrigar a maior floresta tropical do planeta, também reúne cidades que carregam vulnerabilidades sociais, econômicas e ambientais. Mostrar essa realidade significa dar visibilidade à urgência da adaptação urbana, da justiça climática e da resiliência das cidades.
Esse enfrentamento só será possível com diversos instrumentos e ferramentas, como o financiamento climático, a cooperação entre governos nacionais e locais e até mesmo o protagonismo da sociedade civil e da iniciativa privada. Portanto, a escolha de Belém como sede da COP 30 é também um convite.
Um convite para refletir sobre os desafios dos países do Sul Global, sobre as nossas escolhas, sobre repensar as cidades a partir da ótica da justiça climática. E claro, um dos principais objetivos da conferência é discutir os meios de implementação dessa agenda climática. Nada mais adequado do que uma imersão dos quase 200 países na nossa realidade urbana e amazônica.
Bom, esse é o nosso Cidades em Movimento. Sou Sérgio Míssil e estaremos também na COP compartilhando as novidades com vocês. Te espero no próximo programa, porque a cidade que se adapta é também a cidade que se fortalece. Um forte abraço.