O secretário de Segurança Pública de Belo Horizonte, Márcio Lobato, apresentou um panorama das mudanças estruturais e operacionais previstas para a Guarda Civil Municipal, reforçando que a meta é ambiciosa: transformar a capital mineira na mais segura do Brasil. Ele falou sobre o assunto no Central 98 desta quinta-feira (14/8).
“Temos projetos de curto, médio e até um pouco mais de médio prazo para construir Belo Horizonte como a capital mais segura do Brasil. Isso passa, evidentemente, pela estruturação da guarda”, afirmou.
Segundo ele, o prefeito Álvaro Damião já anunciou a convocação de 500 novos guardas municipais, que passarão por exames, curso de formação dentro da matriz nacional definida pela Senasp, treinamento de manejo e emprego de arma de fogo, além de estágios práticos. “Não se forma 500 homens da noite para o dia. É um processo que leva cerca de um ano para que atuem com responsabilidade nas ruas”, destacou.
Rotativo digital e fiscalização de trânsito
Lobato rebateu críticas sobre a atuação da Guarda na fiscalização do rotativo digital, apontando que a função não é nova. “Desde 2007, a Guarda tem competência legal para aplicar penalidades, e a BHTrans não. Isso foi decidido pelo STF. Então, não é desvio de função, nem novidade”, disse.
O secretário acrescentou que a fiscalização de trânsito também será fortalecida, com a ampliação do grupamento especializado e treinamentos em parceria com a Polícia Rodoviária Federal. “A mobilidade urbana é prioridade e passa por disciplinar o trânsito de Belo Horizonte, onde infelizmente ainda vemos muita má educação ao volante”, afirmou.
Presença estratégica e pontos turísticos
A Guarda Municipal já mantém presença 24 horas no Anel Rodoviário e atua com foco em pontos estratégicos como Feira Hippie, Mercado Central, Lagoa da Pampulha e Praça da Liberdade.
“A Feira Hippie é um case de sucesso. Hoje é um lugar seguro, resultado de um trabalho integrado. Esses pontos turísticos precisam ter atenção total para aumentar a sensação de segurança”, ressaltou.
Muralha eletrônica e combate ao crime patrimonial
Um dos próximos passos será a implantação de um sistema de monitoramento e inteligência — apelidado de “muralha eletrônica” — que cercará a cidade digitalmente. O objetivo é dificultar a ação criminosa, especialmente no crime patrimonial, apontado pelo secretário como seu maior desafio.
“Vamos cercar Belo Horizonte de forma que seja difícil praticar um crime aqui. Isso vai trazer mais segurança e reforçar a presença da Guarda nas ruas”, concluiu.