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Bicho de luz, siriri ou aleluia? BH é ‘invadida’ por insetos voadores; entenda fenômeno

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Insetos são, na verdade, cupins em "fase alada" (Reprodução/Redes sociais + Arquivo pessoal)

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Belo Horizonte recebeu milhares de visitantes inusitados na noite desta terça-feira (9/9). Vieram sem convite ou hora marcada e se espalharam pelas varandas, ruas, praças e até dentro das casas da cidade. De repente, a capital foi tomada pelos chamados “bichinhos de luz”, também conhecidos como “aleluias” ou “siriris”, atraídos por pontos de claridade.

Apesar da hospitalidade mineira, a “invasão” gerou incômodo e curiosidade. Afinal, de onde surgem esses insetos? Eles anunciam chuva, como dizem as avós? E quando vão embora? Para responder as questões, a Rede 98 procurou o professor de Ecologia Geraldo Fernandes, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais.

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O que são os ‘bichinhos de luz’?

Apesar do nome delicado, os “bichinhos de luz” são, na verdade, cupins em sua fase alada. Segundo Fernandes, eles aparecem em grandes revoadas, sempre em determinadas épocas do ano, como um passo fundamental do processo reprodutivo da espécie.

Esses insetos surgem aos milhares, voando em direção às fontes de iluminação. Depois de algumas horas, caem no chão, perdem as asas e procuram um lugar adequado para construir um ninho. É nessa etapa que o fenômeno costuma chamar mais atenção dos moradores.

Por que eles são atraídos pela luz?

A atração pela luz não é por acaso. Para o professor, trata-se de um instinto moldado por milhões de anos de evolução. Assim como outros animais marinhos que usam a lua como ponto de referência nas profundezas do oceano, os cupins desenvolveram o hábito de buscar a claridade como forma de aumentar suas chances de encontro e reprodução.

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“Durante a evolução, eles foram sendo atraídos pela luz. Muitas vezes isso acontece em noites de lua cheia, como hoje”, explica Fernandes.

‘Bichos de luz’ indicam a chegada de chuva?

A crença popular de que a presença dos “bichinhos de luz” anuncia chuva não é apenas superstição. O professor explica que há, sim, uma relação entre as revoadas e o início do período chuvoso. “Se o solo estiver duro demais, não dá para os cupins construírem o ninho. Então, faz sentido que eles apareçam em momentos de maior proximidade das chuvas”, comenta.

Entretanto, segundo Fernandes, não há comprovação científica de que as revoadas antecedem imediatamente as chuvas. Ou seja, a solução é mesmo consultar as previsões meteorológicas da semana!

Qual a função biológica dos ‘bichinhos de luz’?

Apesar da fama de praga, os cupins desempenham um papel essencial na natureza. Eles são grandes responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, como folhas secas, galhos e madeira em decomposição.

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“Se não houvesse organismos como os cupins, o material morto se acumularia, aumentando até o risco de incêndios. Eles fazem esse trabalho de reciclagem, devolvendo os nutrientes ao solo e fertilizando a terra”, explica o professor.

Assim, a invasão dos “bichinhos de luz” em Belo Horizonte pode ser incômoda, mas é também um lembrete do delicado equilíbrio ecológico que sustenta a vida — e de como até os menores insetos têm uma função crucial nos ciclos da natureza.

Como se livrar do incômodo?

Embora tenham importância ecológica, os cupins também representam riscos econômicos: atacam madeira, móveis e outros materiais orgânicos. Por isso, o incômodo é real.

Fernandes dá uma dica simples para afastá-los sem recorrer a inseticidas: “Hoje mesmo aconteceu aqui em casa. Apaguei as luzes de dentro, acendi uma lâmpada do lado de fora e, em dois minutos, não tinha mais nenhum cupim dentro. Eles foram todos para a luz externa.”

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A estratégia de direcionar a iluminação é eficaz e evita o uso de produtos químicos que, muitas vezes, podem ser mais prejudiciais do que os próprios insetos.

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Thiago Cândido

Jornalista pela UFMG. Repórter na 98 desde 2025. Participou de reportagem vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo 2024.

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