A CPMI do INSS teve momentos de confusão nesta quinta-feira (27/11), durante o debate sobre a apreciação de diversos pedidos de convocação de autoridades. Após críticas da oposição à resistência do governo em chamar o advogado-geral da União, Jorge Messias, o deputado Rogério Correia (PT-MG) sugeriu que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, também fosse incluído na lista.
A menção ao chefe do Executivo mineiro foi imediatamente contestada pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-MG), aliado de Zema. “Não é admissível que um deputado venha aqui atacar o melhor governador do Brasil e o futuro presidente da república! Um vagabundo chamar o melhor governador de… ah, por favor”, afirmou. Correia rebateu: “Quem é vagabundo, rapaz?”.
O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), tentou acalmar os ânimos. “Se tivéssemos mantido esse clima desde o começo, a CPMI não teria avançado até aqui”, afirmou.
Convocação de messias adiada
O depoimento de Jorge Messias ficou marcado para a próxima quinta-feira (04/12), durante a última reunião da CPMI do INSS deste ano. Jorge Messias terá de esclarecer a atuação da Advocacia-Geral da União no episódio dos descontos irregulares feitos a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social.
“Tanto o líder da oposição quanto do governo, nos sentamos por um bom tempo e chegamos a um consenso para que possamos andar com os trabalhos. Como presidente, digo que vamos no que é possível hoje e na semana que vem, quando teremos a última semana do ano da CPMI ”, destacou Carlos Viana.
Investigação da CPMI
A comissão busca identificar falhas e responsabilidades pelo rombo que teria permitido que descontos indevidos de aposentados e pensionistas fossem mantidos. Segundo parlamentares, Messias teria sido avisado sobre o esquema fraudulento e ignorou os alertas oficiais.
Para esclarecer a atuação da AGU, em relação aos descontos irregulares, Jorge Messias foi convidado anteriormente pela CPMI do INSS, porém não compareceu.
Os parlamentares da comissão querem saber quais ações Messias tomou após ter acesso a informações do relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que indicavam que associações estavam realizando descontos indevidos nos benefícios de aposentados.