Desacelerar é preciso: o ritmo da infância na ‘Era da Urgência’

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O imediatismo da globalização influencia diretamente as crianças (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

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Todo mundo já ouviu o ditado “a pressa é inimiga da perfeição”, mas é cada vez mais comum ouvir que essa pressa é ensinada desde a infância e as gerações atuais tem sido cada vez mais imediatistas. Ao lado dos apresentadores João Henrique do Vale e Carol Torres, a colunista Cecília Antipoff comparou as diferentes gerações e explicou como o comportamento dos pais influência na vida dos filhos.

Cecília argumentou que a pressa imposta às crianças começa cedo, citando exemplos como a expectativa de que os bebês durmam a noite toda sem interrupções ou a ansiedade para que atinjam marcos de desenvolvimento rapidamente. Ela também mencionou a antecipação da alfabetização, com escolas exigindo que crianças de 4 e 5 anos aprendam caligrafia cursiva, como um reflexo dessa aceleração.

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A colunista destacou que “nós adultos apressamos as crianças o tempo todo”, ilustrando com situações cotidianas, como a hora do almoço, muitas vezes marcada pela pressa dos adultos devido a seus compromissos. Em contraste, ela observou que “a criança degusta a vida, né? Começa a chover no carro, ela acompanha a gotinha ali da chuva, ela degusta tudo, os momentos”, mostrando um ritmo natural das crianças que contrasta com a urgência dos adultos.

Carol Torres compartilhou uma experiência que reforça essa ideia: “Às vezes você faço um passeio que tem a Maria Clara (sua filha) ela quer ver uma formiguinha andando no chão e ela se distrai com aquilo. E você tem que respeitar esse momento também”. Essa capacidade de se encantar com pequenos detalhes revela um ritmo diferente daquele que muitas vezes é atribuído às crianças.

A conversa também abordou as possíveis consequências dessa pressa imposta. Cecília alertou que, se não houver uma mudança por parte dos adultos, podemos criar “uma geração cada vez com menos paciência para os processos”. Ela citou a influência da internet e das redes sociais, com seus conteúdos curtos e imediatos, como um fator que intensifica essa busca por respostas rápidas.

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Como sugestão prática, Cecília propôs algo simples, mas poderoso: “quando o seu filhote chegar, papai, mamãe, pega o celular, coloca no modo avião, abaixa, olha no olhos e fica ali 15 segundos olhando naqueles olhinhos”. Esse gesto de atenção plena pode ajudar a desacelerar a comunicação e a valorizar o tempo da criança, criando um espaço para conexões mais significativas.

*Estagiário sob orientação da supervisora Jackeline Oliveira.

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Arthur Mota

Estudante de Jornalismo na UFMG. Com passagens pela TV Alterosa e Itatiaia. Estagiário da Rede 98 desde 2024. Apaixonado por esportes e geopolítica.

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