A taxa Selic chegou a 15% no Brasil e gerou incômodo entre empresários e população. Em entrevista à Rádio 98 News, nesta terça-feira (8/7), o economista e professor da UniBH, Fernando Sette, explicou que o aumento dos juros faz parte de um processo que visa desacelerar o consumo no país e valorizar a moeda, reduzindo a inflação.
“O Brasil vem passando, praticamente no último ano, por um aumento regular da taxa de juros. Quando temos esse aumento, estamos tentando frear o consumo. Ou seja, com a inflação muito alta, o Banco Central precisa atuar. Ao fazê-lo, retira dinheiro de circulação, fazendo com que as pessoas consumam menos, exatamente para diminuir a inflação”, explica.
Fernando também conta como os juros contribuem para a valorização da moeda, ao definirem o “preço” do dinheiro no Brasil e inibirem novos investimentos e o consumo acelerado.
“O que determina o preço do dinheiro? Nada mais do que a taxa de juros. Quando aumento a taxa, torna o dinheiro mais caro e, consequentemente, o crédito também se torna mais caro, tanto para as famílias quanto para as empresas. Se o crédito está mais caro para a família, ela vai tentar se regularizar para não se endividar ou para adequar seus gastos. Assim, o consumo diminui. Do ponto de vista das empresas, o que afeta também o varejo, há menor probabilidade de novos investimentos, pois o custo do crédito também sobe. Com isso, há uma diminuição da demanda por produtos e uma redução na possibilidade de expansão das empresas. Ou seja, elas também deixam de tomar crédito para crescer.”
Por fim, o professor diz que esse movimento já era previsto pelo Banco Central, mas demorou a se concretizar na economia brasileira, o que ocasionou o recorde de aumentos nas taxas de juros nos últimos anos.
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*Estagiário sob supervisão do coordenador Wagner Vidal