O prefeito de Lagoa Santa, Breno Salomão (Cidadania), criticou a falta de diálogo na implementação de pedágios na MG-010, a chamada Linha Verde, que conecta 12 municípios ao chamado Vetor Norte de Belo Horizonte.
Em entrevista nesta segunda-feira (15/09) ao programa Start, da 98 News, Breno afirmou que não foi incluído no debate do pedagiamento da via — proposto pelo Governo de Minas Gerais.
“Quem mais entende hoje dos municípios, são os prefeitos. Eu fui muito crítico da forma como foi colocado o pedágio. A implantação do pedágio no Vetor Norte. Temos conversas constantes com o Governo do Estado, com o objetivo de melhorar [a mobilidade]. A gente entende o movimento das pessoas, a migração de pessoas que dependem de Belo Horizonte para trabalhar. Mas é importante ter um diálogo para entender as demandas da prefeitura, as dores da prefeitura”, desabafa.
“Eu praticamente fiquei sabendo do pedágio quando já estava tendo discussão em audiência pública. À época eu era secretário de desenvolvimento urbano e vice-prefeito de Lagoa Santa. Então toda decisão que envolvia planejamento, desenvolvimento, obrigatoriamente passava por mim. E eu nunca fui chamado para poder discutir a possibilidade de um pedágio e a forma como seria feito o pedágio”.
Breno defendeu, ainda, um diálogo maior com a comunidade. “Um diálogo em que também a sociedade pudesse ser escutada. Para entender os benefícios, aquilo que vai impactar na vida dela em ter — ou não ter — um pedágio na Região do Vetor Norte de Minas Gerais”.
Questão judicializada
A implementação de um pedágio na Linha Verde está suspensa, a pedido do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MG). Judicialização foi tomada após decisão monocrática do conselheiro e atual vice-presidente do Tribunal, Agostinho Patrus, que alega inconscistências na documentação enviada pelo Governo de Minas para o projeto.
Assinado pelo governador Romeu Zema (Novo), o projeto prevê investimentos de R$ 5 bilhões na Linha Verde, com a concessão de 150 km de rodovias, entre BH e Contagem. Patrus questiona, ainda, a falta de participação popular no processo.