O presidente Lula (PT) abre, nesta terça-feira (23/9), o debate de líderes da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. O Brasil mantém a tradição de ser o primeiro país a falar desde 1955, seguido pelos Estados Unidos, representados pelo presidente Donald Trump.
O tema da 80ª Assembleia é “Melhor juntos: 80 anos e mais para paz, desenvolvimento e direitos humanos”, em celebração às oito décadas da ONU. Estão confirmados cerca de 150 líderes internacionais.
A expectativa é de que Lula use o palco da ONU para marcar posição em defesa da soberania nacional, da democracia e do multilateralismo, num discurso visto como contraponto direto ao norte-americano. O encontro ocorre um dia após Washington anunciar novas sanções contra cidadãos brasileiros, entre eles a esposa do ministro Moraes, em reação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Conflito diplomático
A viagem marca a primeira ida de Lula aos EUA desde a posse de Trump, em janeiro. As relações vivem seu pior momento em décadas, agravadas pelo tarifaço imposto a produtos brasileiros e pela inclusão de autoridades nacionais em listas de sanções americanas.
Pautas centrais do discurso
Segundo auxiliares, Lula deve priorizar temas como:
- defesa da soberania e da democracia;
- crítica ao protecionismo e às sobretaxas;
- reforma da ONU e fortalecimento do multilateralismo;
- agenda ambiental e preparação para a COP30, em Belém;
- conflitos na Faixa de Gaza e na Ucrânia.
O presidente deve evitar citar Trump nominalmente, mas a expectativa é de um discurso que reforce sua imagem como antagonista das políticas americanas.
Agenda paralela
Além do pronunciamento, Lula participa da Conferência Internacional sobre a Questão Palestina, de reuniões sobre a crise climática e da Semana do Clima de Nova York, preparatória para a COP30. Também está previsto o evento “Em defesa da democracia contra o extremismo”, liderado em conjunto por Brasil, Chile e Espanha.