Jair Bolsonaro não tem previsão de alta após ser submetido a cirurgia no abdômen. O ex-presidente está internado em UTI do hospital DF Star, em Brasília. Médicos falaram a respeito do procedimento cirúrgico que durou 12 horas e do estado de saúde dele em coletiva de imprensa realizada na unidade na manhã desta segunda-feira (14).
Bolsonaro passou mal na última semana durante agenda no Rio Grande do Norte para fortalecer a presença do PL na região. Ele foi transferido para a capital Natal e, mais tarde, para Brasília. O ex-presidente foi internado para tratar uma “suboclusão intestinal”, uma obstrução parcial do intestino gerada por aderências resultantes das cirurgias que realizou antes. Em 2018, Bolsonaro levou uma facada na barriga.
A cirurgia pela qual Bolsonaro passou no fim de semana já é a sétima desde o atentado em Juiz de Fora. O médico Leandro Echenique disse que o procedimento é um dos mais complexos e que a demora na realização da cirurgia já era prevista.
Segundo cardiologista, o ex-presidente não enfrentou nenhuma complicação decorrente da cirurgia. “Não houve nenhuma complicação, realmente foi o que era esperado. Um procedimento muito complexo. Agora nos cuidados pós-operatórios, quando há um procedimento muito prolongado como esse, o organismo do paciente acaba tendo uma resposta inflamatória muito importante, fica muito inflamado”, diz.
“Isso pode levar a uma série de intercorrências. Aumenta o risco de algumas infecções, de precisar de medicamentos para controlar a pressão. Há um aumento do risco de trombose, problemas de coagulação do sangue. O pulmão, a gente acaba tendo um cuidado específico […] Todas as medidas preventivas serão tomadas, por isso que ele se encontra na UTI neste momento”, afirma Leandro Echenique.
Durante a coletiva, o médico explicou que não há previsão de alta para Bolsonaro ainda nesta semana, que o ex-presidente precisa se recuperar cuidadosamente. A equipe médica espera que ele não precise ser submetido a novos procedimentos cirúrgicos, no entanto, não é possível descartar tal possibilidade.
“Já antecipo que não tenham grandes expectativas de uma evolução rápida. A gente precisa deixar o intestino dele descansar, desinflamar, retomar sua atividade para só depois pensar em realimentação por via oral, e daí para frente retomada de outras atividades”, diz o médico Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica.