O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), cobrou clareza do Governo Federal nas tratativas do programa de renegociação da dívida dos estados, o Propag.
Em entrevista à 98 News, nesta quarta-feira (18/6), Simões afirmou que há contradições entre representantes da União e que a indefinição compromete a segurança do planejamento estadual.
“A única coisa que [o governo federal] fala claramente é que ele quer tomar um monte de coisa da gente até inteirar R$ 35 bilhões. O jeito que o Haddad [ministro da Fazenda] fala é um, o jeito que o ministro Alexandre Silveira [Minas e Energia] fala é outro, e o jeito que a Assembleia fala é um terceiro”, disse.
“A impressão que eu tenho é que estou conversando com alguém com transtorno de personalidade. Cada hora eu converso com uma personalidade diferente”, continuou Simões.
Segundo o vice-governador, o Governo de Minas precisa indicar até outubro deste ano quais ativos serão federalizados para garantir a adesão ao Propag. Ele criticou a demora da Assembleia Legislativa em avançar com projetos que envolvem estatais como Codemig e Cemig.
“Há uma aposta sendo feita pela Assembleia muito perigosa no quanto vale a Codemig. A União diz que só vai avaliar a Codemig ano que vem, e eu tenho que dizer todos os bens que eu vou federalizar ainda esse ano. Se chegar no ano que vem e a Codemig não for suficiente, eu estou perdendo R$ 3,5 bilhões de economia por ano para o estado.”
Simões também reforçou que a Copasa não será federalizada, mas pode ser vendida para financiar investimentos em infraestrutura. O parcelamento da dívida exige do Estado um investimento anual de R$ 1,7 bilhão nessas áreas.
“Copasa tem que ser transferida, vendida, para que a gente possa ter o dinheiro para fazer os investimentos em infraestrutura que o Propag nos obriga. […] Eu não tenho esse dinheiro. A fonte seria a Copasa”, disse.
Enquanto as definições sobre o Propag ainda ocorrem, segundo o vice-governador, a União já demonstra informalmente interesse em imóveis como o Estadual Central e centros da Codemig, além de ativos solicitados por universidades e Justiça Federal.