Hoje quero falar sobre como falar menos e comunicar mais. Quem estudou ou se interessa por comunicação provavelmente já ouviu falar de dois cientistas: Shannon e Weaver. Foram eles que criaram a definição do termo “ruído”, tudo aquilo que interfere na transmissão da mensagem.
Quase 80 anos depois, podemos dizer que o ruído é o próprio ambiente, é tudo o que nos cerca. A grande quantidade de estímulos atuais transformou a atenção em um recurso escasso e valioso.
Segundo um estudo do MIT Sloan Management Review, profissionais hoje perdem até 40% da produtividade por causa do excesso de mensagens simultâneas e da sobrecarga cognitiva.
Nesse cenário, a comunicação de impacto não se mede pelo tempo de fala, mas pela inteligência da síntese.
Quem domina a pausa, a escuta e o ritmo da fala conquista espaço mental.
O excesso de explicações, repetições e discursos sem propósito gera ruído emocional, e o público simplesmente desliga. Nas empresas, o efeito é claro: líderes que insistem em discursos longos perdem a atenção da equipe, e profissionais que não sabem estruturar a própria fala desperdiçam ideias importantes.
O mundo digital não tem paciência para quem não tem foco, por mais que muitos não o tenham.
O especialista em oratória Carmine Gallo, autor do livro Talk Like TED, explica que as mensagens de maior impacto combinam brevidade, emoção e autenticidade.
Para comunicar mais dizendo menos, é preciso pensar como um designer da informação:
editar antes de falar, substituir adjetivos por imagens mentais, frases longas por metáforas precisas e improviso por propósito.
A escuta torna-se estratégica: quem ouve bem, fala o necessário. No cenário da fadiga informacional, o poder não está em dizer tudo, mas em dizer aquilo que fica.
