Hoje vamos retomar a mesma questão discutida anteriormente, a necessidade de uma abertura completa, concreta da economia brasileira para evitarmos não só a dependência de um único país como parceiro comercial e seus efeitos nocivos caso algo ruim aconteça, como é o que estamos discutindo.
Agora, não somente pela tarifa dos Estados Unidos, mas pelo possível aumento da dependência do mercado chinês ao longo do tempo. É importante que tenhamos a coragem de achar novos parceiros comerciais, independentes do processo ideológico de cada um dos governos. Isto é, é preciso diversificar as fontes de receita para minimizar as problemáticas de eventos suspensos ao longo do tempo.
Não só no caso da tarifa, mas também, obviamente, quando acontecem processos que a Anvisa ou as Anvisas nos outros países acabam bloqueando, por exemplo, por conta de doenças, a nossa carne e por aí vai. Temos vários exemplos para poder tratar disso.
O ponto é: quanto mais abertos formos, teremos duas vantagens muito grandes, não só olhando para a qualidade de crescimento e a redução da dependência do crescimento econômico de outros países, nesse caso os nossos principais parceiros, mas também possamos olhar, de uma maneira ou de outra, algum processo desinflacionário muito mais concreto, pautado nas vantagens comparativas e na maior abertura da nossa economia, como contratação de crescimento, tanto localmente quanto na não importação de processos inflacionários de maneira externa. Ou seja, que tenhamos também a capacidade, de uma maneira ou de outra, de termos menor inflação importada via câmbio.
Isso seria um processo que nos ajudaria bastante ao longo do tempo.
Dado que parte da problemática pode ser sempre resolvida por essa válvula de escape da moeda, isto é, novas depreciações, inclusive, embora possam resolver os nossos problemas de exportações de um parceiro ou de outro, novamente tornando os ativos, os bens e serviços baratos vis-à-vis essa desvalorização, é um processo cruel que tem um lado negativo. Ou seja, podemos novamente começar a ter problemas inflacionários por importações inflacionárias, dado esse contexto.
Abrir a economia tem muito mais a ver com qualidade de crescimento do que necessariamente com recursos ou processos ideológicos e retóricas políticas de alinhamento específico de um governo para outro. É uma necessidade real. Países que têm essa disponibilidade ao longo do tempo têm mostrado maior nível de liberdade econômica, melhor competição e, muito mais do que isso, processos de controle de preços com crescimento econômico muito menos voláteis.