Falar sobre futuro do trabalho é, em parte, falar sobre esperança. Afinal, como nos posicionamos diante das mudanças rápidas depende não apenas das nossas habilidades, como também da confiança que temos naquilo que está por vir.
De acordo com o relatório Ipsos Global Trends 2024, 65% das pessoas no mundo acreditam que as transformações no trabalho vão trazer mais oportunidade do que risco, mas esse otimismo não é distribuído de forma igual entre países e gerações. Em mercados emergentes, como Brasil, Índia e Indonésia, a expectativa positiva é mais alta.
Para muitos trabalhadores dessas regiões — aqui inclusive — digitalização e expansão de setores são vistos como caminhos para a ascensão e a inclusão. Já em economias maduras, como o Reino Unido e a França, a percepção tende a ser mais cautelosa, marcada por preocupações como automação e impacto das crises econômicas.
Outro dado do estudo revela um paradoxo: enquanto 72% dos entrevistados reconhecem que vão precisar aprender novas competências para se manter relevantes, menos da metade afirma estar, de fato, investindo nessa requalificação. Isso indica um descompasso entre a consciência sobre as mudanças e a ação necessária para enfrentá-las. Essa lacuna pode ser explicada por múltiplos fatores: falta de tempo, acesso limitado a treinamentos ou até medo de mudança.
Mas, no cenário atual, a confiança no futuro não é apenas um sentimento — é uma habilidade estratégica. Ela se constrói com informação, preparo e capacidade de ler o contexto para agir antes que as mudanças se imponham. O que a pesquisa da Ipsos deixa claro é a relação de confiança. Futuro profissional não se resume ao otimismo ingênuo: é cultivar um olhar crítico e, ao mesmo tempo, aberto para o que está por vir.
No mundo do trabalho que se redesenha nesse momento, quem une esperança e ação está sempre um passo à frente.