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O Oscar que (quase) foi do Brasil: a história de ‘Orfeu Negro’

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O Oscar considerou “Orfeu Negro” como uma produção francesa por causa da nacionalidade do diretor

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Parece pegadinha, mas não é: um filme falado em português, filmado no Rio de Janeiro, estrelado por brasileiros e baseado em uma peça de Vinicius de Moraes garantiu um Oscar… para a França! Lançado em 1959, “Orfeu Negro” conquistou a estatueta de Melhor Filme Internacional no ano seguinte, mas quem levou os créditos foi o diretor francês Marcel Camus.

Lançado em 1959, o filme retrata um amor de Carnaval com um final trágico na cidade carioca, inspirado na peça “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes (1913-1980). O poeta adaptou o clássico conto grego de Orfeu e Eurípides para o contexto carioca, e levou o espetáculo ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

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Foi Moraes que teve a ideia de transformar a peça em filme, isso, durante uma das feijoadas que organizou em Paris, quando morou na Europa, no fim da década de 1950. Após lançada, a produção concorreu ao Oscar representando somente a França, deixando o Brasil de mãos vazias.

“Reza a lenda que o Vinicius chamou o Marcel Camus para contar sobre essa peça que ele elaborou, e o Marcel ficou encantado, a ponto de ele decidir vir ao Brasil para acompanhar a peça”, contou o cineasta e pesquisador Joel Zito Araújo no programa Bem Viver, da Rádio Brasil Atual.

Trama, músicas e protagonistas brasileiros

Na trama do filme, Orfeu, condutor de bonde e sambista do morro, se apaixona por Eurídice, uma jovem do interior que vai para a cidade carioca fugindo de um estranho.

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Os protagonistas são o ator e jogador de futebol Breno Mello (1931-2008), que interpreta Orfeu, e a atriz estadunidense Marpessa Dawn (1934-2008), que faz o papel de Eurídice. As atrizes brasileiras Lourdes de Oliveira e Léa Garcia (1933-2023) também participam da produção.

“Manhã de Carnaval” é a música tema de “Orfeu Negro”, interpretada por Agostinho dos Santos (1932-1973). A trilha sonora carrega outros grandes nomes da música brasileira, como Tom Jobim (1927-1994), Luiz Bonfá (1922-2001), Vinícius de Moraes e Antônio Maria (1921-1964). As filmagens da trama ocorreram no Brasil, e o idioma do filme é português.

Leia também: Oscar 2025: veja horários, como assistir e destaques da premiação

Culpa da embaixada brasileira

Mesmo com todo esse contexto, o Oscar considerou “Orfeu Negro” como uma produção francesa por causa da nacionalidade do diretor, Marcel Camus, que é francês. O roteiro também ficou por conta de Camus.

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Segundo Araújo, a culpa desse ocorrido é da embaixada brasileira na França, que se recusou a inscrever o longa–metragem no Festival de Cannes como uma coprodução brasileira, italiana e francesa.

“O Vinicius [de Moraes] critica dizendo que o motivo que levou a embaixada brasileira e o Itamaraty a fazer isso foi racismo, porque era um filme que, conforme a embaixada, representava o Rio de Janeiro de uma forma que eles não gostariam que o Brasil fosse apresentado, como se fosse um país negro, quando na verdade o Brasil é ‘um país branco’, do ponto de vista do Itamaraty”, contou Joel, na entrevista.

Mesmo não tendo clareza sobre de quem é a culpa, fato é que o Brasil tem expandido seus horizontes de narrativas na arte. Agora, estamos diante de uma nova chance de trazer um Oscar para casa por uma produção 100% brasileira.

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Carol Ferraris

Jornalista, pós graduada em produção de jornalismo digital pela PUC Minas. Produtora multimídia de entretenimento na Rádio 98, com passagens pelo Estado de Minas e TV Alterosa.

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