Olha, esse país é uma república das bananas. Sério? Aliás, uma não — é a república das bananas. E, se você pensa diferente, eu vou te convencer do contrário, porque não é questão de opinião, é fato.
O termo Banana Republic — ou “República das Bananas” — foi criado por O. Henry, pseudônimo do escritor americano William Sidney Porter, para descrever países da América Central onde empresas americanas controlavam a produção de bananas. Eram nações politicamente instáveis, economicamente dependentes e, em geral, corruptas.
O curioso é que a banana nem é nativa das Américas — ela vem do Sudeste Asiático e chegou ao nosso continente trazida pelos colonizadores espanhóis e portugueses.
O Brasil está entre os cinco maiores produtores mundiais, atrás de Índia, China e Indonésia. Mas a gente mesmo consome a banana que produz. Sobra muito pouco para os gringos explorarem. Portanto, não caberia a nós o título de “República das Bananas”. Essa honra cabe a outro país sul-americano: o Equador.
O país é o maior exportador mundial — a cada quatro bananas vendidas no planeta, uma vem de lá. Só em 2024, essa exportação gerou quase 4 bilhões de dólares em receita.
O Equador é a verdadeira República das Bananas. Mas atenção: a preposição aqui muda tudo. Eu disse República das Bananas e não República de Bananas. É certo que, diferentemente das bananas que produz, a democracia equatoriana ainda não amadureceu completamente, mas o país está longe de merecer o sentido pejorativo criado pelo irreverente contista americano.