O setor audiovisual brasileiro deu um passo histórico na semana passada com o lançamento da Federação do Comércio e Indústria do Audiovisual (FICA), durante o Rio Market, principal evento latino-americano do ramo. O anúncio veio acompanhado de um estudo inédito da Oxford Economics, que revelou números impressionantes.
Em 2024, o audiovisual gerou R$ 70,2 bilhões para o PIB nacional e foi responsável por quase 609 mil empregos diretos e indiretos, ultrapassando setores tradicionais como o automotivo e se equiparando ao farmacêutico. Somente nas atividades diretas — da produção à transmissão — o setor respondeu por R$ 31,6 bilhões do PIB e recolheu quase R$ 10 bilhões em impostos.
O reconhecimento do audiovisual como ator estratégico de inovação foi reforçado pela inclusão do segmento no programa Nova Indústria Brasil, iniciativa do Governo Federal. Com isso, a FICA nasce com o propósito de reunir toda a cadeia produtiva do setor sob uma representação forte e única, articulando políticas públicas inspiradas em modelos internacionais de sucesso, como o da Coreia do Sul, que exportou mais de US$ 14 bilhões em conteúdo audiovisual só em 2023.
Para a presidente da FICA, Valquíria Barbosa, o Brasil tem potencial para ampliar sua participação no PIB de 0,6% para 1,5% nos próximos três anos, desde que conquiste uma política de Estado consistente para o setor.
Mais do que números, o estudo reforça que o audiovisual é um verdadeiro soft power, promovendo o Brasil internacionalmente por meio da exportação de conteúdos e impulsionando o turismo e a economia criativa. O desafio agora é transformar esse potencial em mais inovação, empregos qualificados e crescimento sustentável para toda a indústria audiovisual brasileira.