O movimento musical que colocou Minas Gerais no mapa da música mundial pode, em breve, conquistar o reconhecimento oficial de sua importância cultural. O processo de registro do Clube da Esquina como patrimônio imaterial brasileiro já está em andamento, conforme revelou o músico e produtor Robertinho Brant, sobrinho de Fernando Brant e parceiro de Lô Borges no projeto As Cores do Clube da Esquina.
‘O pedido já foi deferido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) e o dossiê está sendo elaborado. Se tudo der certo, em 2027, o Clube da Esquina será oficialmente reconhecido como patrimônio cultural brasileiro’, afirmou em entrevista ao programa Meio dia em pauta, da 98 News.
Brant explicou que a iniciativa é resultado de um trabalho conjunto entre o IEPHA e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que fará o inventário e a documentação do movimento.
‘Nós já conseguimos envolver o IPHAN de Minas Gerais nesse processo. A ideia é unificar os esforços e construir um dossiê único, que reconheça o Clube da Esquina como uma linguagem brasileira e universal’, detalhou. Segundo ele, o objetivo é garantir que a obra de Milton Nascimento, Lô Borges, Fernando Brant, Beto Guedes e tantos outros ‘seja preservada como um dos pilares da identidade musical do país’.
Para o produtor, a conquista do título será também uma forma de reafirmar o caráter transformador e atemporal da obra mineira. ‘O Clube da Esquina é a tradução de uma Minas criativa, coletiva e afetiva. É uma música que atravessa gerações e fala de juventude, de liberdade, de sol. É uma obra que permanece viva, e isso precisa ser reconhecido institucionalmente’, disse. Ele acredita que o reconhecimento oficial ‘será não apenas uma homenagem, mas uma responsabilidade de manter viva a memória de um movimento que colocou o Brasil no centro da música mundial’.
Brant ressaltou ainda que o processo de tombamento simbólico coincide com um momento de renovado interesse pelas canções do grupo, impulsionado pelas plataformas digitais e pelo novo álbum que ele produz.
‘O Clube da Esquina continua atual porque nasceu do coração, da amizade e da generosidade. E como toda arte verdadeira, ela não envelhece”, afirmou. ‘Ver esse reconhecimento avançando é como ver o sonho daqueles jovens de 1972 se tornando eterno’.