Mais de meio século depois, o som criado por Lô Borges, Milton Nascimento e seus companheiros do Clube da Esquina continua inspirando e ressoando nas vozes de quem veio depois.
Parte essencial desse movimento que redefiniu os rumos da MPB nos anos 1970 ao lado de Milton Nascimento, Lô ajudou a criar uma sonoridade que atravessou o tempo. Décadas depois, artistas de diferentes origens continuam a reconhecer a influência desse universo musical.
Um dos nomes mais marcados por essa herança é Samuel Rosa, ex-vocalista do Skank, banda nascida em Belo Horizonte. O músico já declarou que o Clube da Esquina transformou seu modo de fazer música.
“Com ele gravei um disco ao vivo, dividi turnês e composições. Começamos a fazer shows juntos em 1999, e a gente brincava que nossa turnê não tinha hora pra acabar. Trata-se daqueles casos clássicos em que um fã acaba tendo a sorte de dividir o palco com seu ídolo”, publicou Samuel Rosa, nesta segunda-feira (3/11).
A influência também ultrapassou fronteiras. O britânico Alex Turner, da banda Arctic Monkeys, revelou em uma entrevista que a música “Aos Barões”, de Lô Borges, “esteve na cabeça” dele durante o processo de criação do álbum “Tranquility Base Hotel & Casino”, lançado em 2018.
A artista Tulipa Ruiz já declarou que o Clube da Esquina era o seu álbum “de cabeceira”, ao lado de “Acabou chorare”, dos Novos Baianos.
“Eu via a capa e achava que eram o Milton e o Lô pequenininhos. Ficava pensando: nossa, eles são amigos desde que eram crianças”, brincou ela.
Para Marcelo Jeneci, a conexão é tão natural que o público logo identifica a herança mineira em sua música. “Depois que eu lancei meu disco… Muita gente veio me perguntar se eu era de Minas, elas identificam o ‘Clube da Esquina’ no meu trabalho”, disse.
