Diretamente da Infrabusiness Expo, o diretor-presidente da Copasa, Fernando Passalho, destacou que a companhia prepara um plano robusto para atender às metas do Marco Legal do Saneamento. Segundo ele, a empresa já universalizou o fornecimento de água nas áreas onde atua — 99% da população atendida recebe água tratada —, mas ainda precisa avançar na coleta e tratamento de esgoto, que atualmente chegam a cerca de 80% dos clientes. A meta legal é atingir 90% até 2033.
“Nos próximos quatro anos, a Copasa vai investir cerca de R$ 17 bilhões. O único setor da economia brasileira obrigado por lei a crescer é o saneamento. Temos prazo para cumprir e isso exige obras de alta especialização”, afirmou Passalho em entrevista no estúdio remoto da 98 News na Infrabusiness.
O presidente lembrou que a Copasa mantém 65 mil quilômetros de tubulação sob o solo — equivalente a uma volta e meia na Terra —, além de bombas, elevatórias e toda a infraestrutura necessária para levar água potável e tratar o esgoto. Ele alertou, no entanto, para desafios operacionais e de mercado.
Segundo Passalho, a demanda nacional por serviços de saneamento vai exigir que empresas privadas e fornecedores ampliem sua especialização. “Não é qualquer empresa que faz obra de saneamento. São serviços de alta complexidade e, muitas vezes, a estatal enfrenta entraves licitatórios que atrasam a entrega”, explicou, citando casos em que problemas com o vencedor da licitação impedem a contratação do segundo colocado, deixando obras paradas.
O executivo reforçou que o evento é uma oportunidade para o setor privado se preparar para atender à grande demanda que será gerada não apenas pela Copasa, mas por outras empresas de saneamento no país.
Segurança jurídica
Passalho também defendeu a estabilidade das regras do Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020. Ele lembrou que, após a mudança de governo federal, houve tentativa de alteração de pontos da lei, mas o Congresso evitou retrocessos.
“Se houver retrocesso, quem vai pagar por isso é a população. Saneamento básico é saúde, qualidade de vida e dignidade. Espero que, se houver intervenção, seja para melhorar e não para atrasar”, concluiu.