No atual cenário em que a guerra comercial tem gerado expectativa dos mercados em relação ao crescimento econômico dos países, estudo feito pela Fiemg mostra que as propostas para o fim da escala 6×1 de trabalho podem impactar a competitividade do país no exterior.
De acordo com a entidade, se o custo do trabalho aumentar devido à redução da jornada, os produtos brasileiros vão perder competitividade em relação a países como México, China e Índia, que mantêm jornadas maiores e custos mais baixos.
A análise parte do princípio de que a diminuição das horas de trabalho impacta diretamente a produção e, consequentemente, o número de postos de trabalho disponíveis.

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Para o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, a indústria brasileira pode enfrentar riscos com a concorrência de produtos importados. “Quando o concorrente importado estiver mais barato, ele vai ocupar o lugar da indústria nacional. Por isso, podemos perder uma parcela enorme do mercado para produtos vindos de outros países, impactando negativamente a renda, a geração de imposto e os empregos”, afirmou Roscoe.
O estudo avalia que, em um cenário hipotético, se um fabricante de roupas no Brasil pagar salários mais altos por menos horas de trabalho, o preço final da roupa vai ser mais caro. No final das contas, empresas podem preferir produzir em países onde o custo de produção é menor, prejudicando o emprego no Brasil.
Os resultados atingidos por países como a França, que adotou uma jornada de 35 horas semanais, mostram que houve perda de competitividade, altos custos e desaceleração do crescimento, com baixa em produtividade para 0,9%, uma das mais baixas entre os países desenvolvidos.