O governo de Minas Gerais suspendeu as assembleias escolares que estavam sendo realizadas para decidir sobre a adoção do modelo cívico-militar em escolas da rede estadual. O secretário estadual de Educação, Igor Alvarenga, e o governador Romeu Zema falaram sobre o assunto em coletiva nesta segunda-feira (14/7).
Segundo Alvarenga, a suspensão foi motivada por “denúncias de manipulação” nas comunidades escolares. Ele afirmou que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) estaria propagando informações falsas para influenciar pais, alunos e servidores contra o novo modelo.
“Aquelas comunidades que já fizeram as suas assembleias, as assembleias permanecem respeitadas, pois nós respeitamos a decisão democrática daquelas comunidades. Mas vimos que ao longo deste processo, diversas denúncias têm aparecido, com tentativas, por meio do sindicato, de manipulação da comunidade com informações mentirosas”, afirmou Alvarenga.
O secretário também criticou uma ação judicial movida pelo sindicato, que solicitou ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais a suspensão do processo de escuta nas escolas. “Assustadoramente, essa instituição que por algumas vezes defende a democracia entrou com uma liminar solicitando a suspensão do direito de liberdade de expressão das nossas comunidades escolares”, disse.
As assembleias estavam sendo realizadas entre junho e julho para avaliar a implantação do modelo cívico-militar em cerca de 300 escolas. Segundo o governo, novos encaminhamentos serão feitos após o recesso escolar, que termina em 1º de agosto.
“A gente faz essa suspensão. Após o recesso escolar, que retoma no dia primeiro, nós iremos ter novas orientações para a retomada dos processos de escuta das comunidades”, acrescentou o secretário.
O governador Romeu Zema também defendeu a decisão e disse que o modelo será debatido com critério, ampliando a participação das famílias.
“Chegamos à conclusão que o prazo ficou exíguo. Está coincidindo com férias, muitas vezes os pais já tinham programado viagem e não conseguiram participar. Queremos fazer tudo com o maior critério possível. Acreditamos muito nesse projeto, que é um projeto democrático”, afirmou Zema.
“Nada melhor do que diversidade para ter comparação. E é estranho que parece que quem prega diversidade é quem está indo contra. Parece bem contraditório”, concluiu o governador.