Em mais um discurso contundente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula disse que a “razão pela qual o presidente americano anuncia punir o Brasil por causa do ex-presidente” não é econômica e sim política, com teor ideológico. A crítica a Trump foi feita durante o lançamento, nesta quarta-feira (13/8), da chamada MP Brasil Soberano.
A medida provisória faz parte de um pacote de outras medidas para apoiar o setor produtivo afetado pelo tarifaço de 50% imposto pelo governo estadunidense. O plano de apoio prevê R$ 30 bilhões em crédito e será viabilizado pela MP.
Durante o discurso, Lula disse ainda que Trump não conhece a história recente do Brasil e tudo o que aconteceu nos últimos anos: “Se ele conhecesse a verdadeira história ele estaria dando parabéns à suprema corte brasileira, por estar julgando alguém que tratou de bagunçar a democracia brasileira. E quem está falando isso para vocês é o cara que mais perdeu eleição neste país para presidente. Eu acabava de perder e voltava para casa. Não ficava xingando ninguém, não ficava duvidando das urnas”.
O presidente brasileiro reforçou que a soberania brasileira é intocável e que ninguém deve dar palpites. “A única coisa que nós precisamos exigir é que a soberania nossa é intocável. Ninguém dê palpite nas coisas que nós temos que fazer. Falar de direitos humanos no Brasil já foi importante em outras épocas. Mas, agora, antes de falar de direito humanos no Brasil, tem que olhar o que acontece no país que está acusando o Brasil”.
Pés de galinha e um recado
O presidente Lula também usou o bom humor ao mandar um recado para o setor produtivo, empresários e trabalhadores brasileiros.
“Nós vamos ter que procurar outros parceiros. Da minha parte eu sou vendedor de qualquer coisa. Eu liguei para o Xi Jinping esta semana e uma das coisas que eu falei foi sobre os pés de galinha. Eu não cheguei a falar de pés de galinha, porque eu falei carne de frango”, brincou.
E garantiu que não vai parar de vender a produção nacional, pois se os EUA não quiserem os produtos brasileiros, o governo irá procurar outros países que queiram negociar com o Brasil: “Pode se preparar porque em janeiro eu já marquei com a Índia, vamos fazer um grande evento em que eu quero levar, pelo menos, 500 empresários brasileiros para a Índia, porque é um país muito grande, muito importante e com muitas coisas para a indústria brasileira, sobretudo na questão de fármacos, a questão de inteligência artificial e a questão espacial”.