As recentes sanções anunciadas por Donald Trump contra o Brasil aqueceram o debate sobre os efeitos da “diplomacia paralela” exercida por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com a Casa Branca. Segundo a jornalista Bruna Lima, do portal político PlatôBR, de Brasília, dentro do governo Lula, a articulação do deputado federal é vista com um misto de alívio político e preocupação econômica.
Na avaliação de setores do Planalto, o chamado tarifaço deu fôlego ao governo ao permitir a associação direta das sanções à família Bolsonaro. “O próprio Eduardo afirmou que as medidas foram fruto de um diálogo que ele vem mantendo há meses com a Casa Branca. Então, ele mesmo assumiu isso. O governo Lula nem precisou atribuir”, destacou Bruna Lima. Nas redes sociais, o Planalto tem usado o episódio para reforçar a defesa da soberania nacional.
Ao mesmo tempo, o episódio acende um sinal de alerta para o futuro da economia brasileira. A imposição de tarifas sobre produtos estratégicos, como aço e alumínio, pode comprometer as exportações e afetar setores-chave da indústria. A condução da política externa e econômica diante desse cenário será um teste para o governo.
Bruna Lima ressalta que o Planalto está ciente do custo político que o impacto econômico pode gerar. “Existe um sinal vermelho: como vamos conduzir a economia brasileira a partir de agora, para que ela não piore? Porque, independentemente de quem seja responsabilizado, isso tem um custo para o capital político do Lula em 2026”, apontou.