O Guia Salarial 2025, elaborado pela consultoria LHH, revela mudanças significativas no mercado de trabalho em três áreas estratégicas: recursos humanos (RH), supply chain e healthcare & life sciences. O estudo mostra que a digitalização e o avanço de tecnologias emergentes estão redefinindo o perfil dos profissionais mais buscados pelas empresas.
Em entrevista ao Expresso, da 98 News, Adriana Iratsuka, gerente executiva de recrutamento da LHH Brasil, destacou que, no setor de RH, o modelo híbrido e remoto exige novas competências. “Podemos dividir as habilidades do futuro em três grandes grupos. O primeiro é a adaptabilidade — que vai além da resiliência —, ou seja, a capacidade de se ajustar rapidamente às mudanças do mercado. O segundo é a eficiência individual, com destaque para curiosidade e proatividade, buscando constantemente o próprio desenvolvimento. E o terceiro é a proficiência no uso da tecnologia, essencial para qualquer área de atuação”, afirma.
Na área de supply chain, responsável por gerenciar toda a cadeia de suprimentos — desde a compra de matérias-primas até a entrega do produto final —, a tecnologia vem transformando operações. “Hoje, há automatização desde compras de grandes commodities até o controle logístico por terra, mar e ar, muitas vezes com uso de robôs. Por isso, a alfabetização tecnológica é indispensável para profissionais do setor”, explica Adriana.
O estudo também aponta que, em todos os segmentos, a combinação entre tecnologia e humanização é estratégica. “O futuro do trabalho não é só humano nem só tecnológico, mas a junção dos dois. Empresas e profissionais que conseguirem unir análise de dados e processos automatizados com o toque humano terão mais destaque e longevidade no mercado”, avalia.
Outro desafio é a escassez de profissionais preparados. Segundo pesquisa da LHH, apenas 11% estão efetivamente prontos para as demandas futuras. “Esse cenário mostra que existe uma grande oportunidade para capacitação. É essencial que o profissional assuma o protagonismo do seu aprendizado, sem depender apenas dos investimentos da empresa”, conclui Adriana.