O vereador Pablo Almeida (PL), integrante das comissões de Mobilidade Urbana, Orçamento, Finanças e Estudos sobre o contrato de ônibus em Belo Horizonte, defendeu nesta semana propostas ligadas à segurança pública, mobilidade e fiscalização na capital.
Durante entrevista à 98 News, nesta segunda-feira (23/6), ele afirmou que sua atuação tem foco em “mostrar resultados” e rebateu críticas sobre o uso de redes sociais em ações de fiscalização.
Smart BH: monitoramento com tecnologia de São Paulo
Entre os projetos em discussão na Câmara Municipal está o Smart BH, proposta inspirada no modelo de monitoramento inteligente já adotado em São Paulo.
“Estive em São Paulo, conversei com políticos de lá, vi a realidade e entendi como funciona o projeto. De fato, ele traz uma sensação de segurança muito grande para o morador daquela cidade”, disse o vereador.
Pablo destacou que a tecnologia permite o reconhecimento facial de pessoas procuradas pela Justiça e acionamento rápido das autoridades. Segundo ele, é preciso investimentos em novos equipamentos, mas o retorno viria em mais segurança.
“O equipamento que está presente hoje não consegue fazer essa identificação. É um aporte que pode ser feito via emendas. Se não me engano, o deputado estadual Bruno Engler já encaminhou um valor de R$ 2 milhões para isso”, informou.
Mototáxi por aplicativo
O vereador também é autor do projeto que regulamenta o transporte de passageiros por aplicativo em motocicletas — os chamados mototáxis via app. A proposta já foi aprovada em primeiro turno.
“Queremos garantir que o trabalhador honesto possa atuar em um ambiente legal. Estamos dignificando essas pessoas e gerando segurança”, afirmou.
Pablo criticou a tentativa de suspensão do serviço por parte do Ministério do Trabalho e ressaltou que a regulamentação foi construída em diálogo com motociclistas, plataformas e o Executivo.
“O projeto não trata do iFood, estamos falando do transporte de passageiros. Seriam cerca de 100 mil pessoas sem emprego se o serviço fosse proibido”, pontuou.
Sobre o substitutivo da Prefeitura, o vereador alertou que alguns pontos inviabilizam o serviço, como a obrigatoriedade das plataformas fornecerem equipamentos como mata-cachorro e capacetes. “Isso acaba ficando inviável. Eles vão repassar o custo para o consumidor e o preço da corrida sobe, prejudicando quem usa o serviço”, disse.
Pablo também defendeu a implantação da faixa azul, espaço exclusivo para motos, em Belo Horizonte. “Sou muito a favor, já vi o resultado em São Paulo. Onde foi aplicada, o número de acidentes diminuiu drasticamente”, completou.
‘Profissionais da educação precisam ser valorizados’
Sobre a proposta de reajuste de 2,49% para servidores municipais, o vereador afirmou que espera avanços, especialmente para a categoria da educação.
“Na minha visão, o profissional da educação deveria ser muito mais valorizado. Não é só questão financeira, é estrutural também. A educação é a base da nossa sociedade”, disse.
Ele afirmou acreditar que o prefeito Álvaro Damião (UB) deve apresentar uma proposta mais robusta para a categoria.
Fiscalização e redes sociais
Pablo Almeida também explicou o projeto de lei que formaliza o direito dos vereadores fiscalizarem órgãos públicos municipais, garantindo inclusive a presença de assessores.
“A gente está legitimando o nosso trabalho. O vereador pode e deve fiscalizar. Eu fui eleito para isso”, declarou.
Ele rebateu críticas de que as fiscalizações são usadas como espetáculo em redes sociais. “Da minha parte não existe sensacionalismo. Existe demonstração do que estou fazendo. A prefeitura filma e mostra obras. Eu também vou mostrar o meu trabalho”, argumentou.
‘Não me senti ofendido pela frente anti caça-like’
Sobre a criação de uma frente parlamentar contra as chamadas pautas caça-like, o vereador afirmou não se sentir atingido. Segundo ele, seu mandato tem se destacado pelo volume de ofícios e solicitações à Prefeitura.
“Sou o vereador que mais protocola ofícios. Já foram mais de 3 mil. Muitos que estão nessa frente não fizeram um terço disso. Meu gabinete está trabalhando muito e entregando muito para Belo Horizonte”, disse.
Fiscalização nas ruas
Pablo destacou que, independentemente de ideologia, os vereadores precisam ter instrumentos legais para cobrar o Executivo.
“Pode chegar amanhã, eu ser prefeito, ou alguém da direita ser prefeito, que os vereadores de esquerda terão esse direito de fiscalizar. É isso que a gente quer. O povo está querendo é isso: que o vereador exerça o mandato e fiscalize”, finalizou.