Lula diz a Tarcísio para ‘não tentar esconder chapeuzinho do Trump’ após taxação ao Brasil

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Os dois são potenciais adversários eleitorais, já que o governador paulista é cotado para disputar a Presidência da República como sucessor de Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2026 (Marcelo Camargo/Agência Brasil + Reprodução/Redes sociais)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provocou nessa quinta-feira (10/7) o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que tem responsabilizado a gestão petista pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar as importações brasileiras em 50%. Os dois são potenciais adversários eleitorais, já que o governador paulista é cotado para disputar a Presidência da República como sucessor de Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2026.

Em entrevista ao Jornal da Record nesta quinta, Lula lembrou que Tarcísio publicou vídeo usando boné com o slogan trumpista “Make America Great Again” (“Faça a América grande novamente”) quando Trump foi empossado em janeiro. Procurado, o governo de Tarcísio de Freitas não havia se posicionado até a publicação deste texto.

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O presidente disse que está se sentindo em melhores condições de saúde aos 80 anos do que quando tinha 60, mas ressaltou que a decisão se será candidato à reeleição será tomada no momento certo.

“Agora eu vou te contar uma coisa: os loucos que governaram esse País não voltam mais”, disse, se referindo a Bolsonaro. “O senhor Tarcísio pode tirar, não vai tentar esconder o chapeuzinho do Trump não, Tarcísio, pode ficar mostrando para a gente saber quem você é. Está cheio de lobo em pele de carneiro”, disse Lula.

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Em seguida, o presidente demonstrou indignação com o presidente americano, que pediu o fim da ação penal contra Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado após perder para Lula em 2022.

“Essa coisa do Trump começar um parágrafo citando o ex-presidente da República que fez um crime contra esse País? Que tentou dar um golpe? Não tem como. Esses não voltam. Se for necessário candidato para evitar isso, estarei candidato”, acrescentou o petista.

Tarcísio e outros bolsonaristas buscam atribuir ao governo Lula a responsabilidade pela decisão de Trump, embora o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) esteja desde fevereiro nos Estados Unidos buscando convencer o governo Trump a adotar medidas contra o País e autoridades brasileiras, notadamente o ministro do STF, Alexandre de Moraes, como resposta a uma suposta perseguição política sofrida por Bolsonaro

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Na quarta-feira, 9, Tarcísio publicou nas redes sociais que Lula colocou a ideologia acima do resultado e que não adianta o presidente “se esconder atrás do Bolsonaro” porque a responsabilidade é de quem governa. Antes, já havia compartilhado nota de Trump que afirma que Bolsonaro deve ser julgado pelo povo brasileiro, durante as eleições, e não pela Justiça.

Mais cedo nesta quinta-feira, Tarcísio reconheceu que a tarifa anunciada por Trump terá impactos negativos para o Brasil e especialmente São Paulo, Estado mais industrializado do País. O governador pediu que o governo federal deixe de lado diferenças ideológicas e sente à mesa com o governo Trump para negociar a reversão da medida.

“O que a gente vê é que dos países do G20, o mais afastado da Casa Branca é o Brasil. A gente tem dado demonstrações muito ruins, como foi agora na última reunião dos Brics. Então, nós precisamos estabelecer o consenso e lembrar que os americanos sempre foram aliados de primeira hora do Brasil”, declarou Tarcísio.

Depois de falar com a imprensa pela manhã, o governador viajou para Brasília, onde almoçou com Bolsonaro. Ambos publicaram um vídeo do encontro nas redes sociais.

Horas depois, o ex-presidente publicou uma nota na qual afirma que recebeu “com senso de responsabilidade” a decisão de Trump taxar o Brasil e disse que respeita e admira o governo dos Estados Unidos.

Bolsonaro afirmou que o Brasil caminha para o “isolamento” e a “vergonha internacional” e pediu que os Poderes “ajam com urgência apresentando medidas para resgatar a normalidade institucional”. Uma das cobranças feitas por Eduardo Bolsonaro após a taxação é que o Congresso conceda “anistia ampla, geral e irrestrita”, beneficiando o ex-presidente e os presos pelo ato golpista do 8 de Janeiro.

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