Lula defende fortalecimento do Mercosul e integração solidária: ‘Refúgio onde nos sentimos seguros’

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Lula discursou nesta quinta-feira (3/7) na abertura do bloco brasileiro no Mercosul (Canal Gov.BR/Divulgação)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (3/7) o fortalecimento do Mercosul como plataforma estratégica para o desenvolvimento econômico, social e ambiental da América do Sul. Durante discurso na Cúpula do bloco, realizada em Buenos Aires, Lula afirmou que o Mercosul é o espaço natural de segurança para o Brasil diante das incertezas geopolíticas.

“Quando o mundo se mostra instável e ameaçador, é natural buscar refúgio onde nos sentimos seguros. Para o Brasil, o Mercosul é esse lugar. Ao longo de mais de três décadas, erguemos uma casa com bases sólidas, capaz de resistir à força das intempéries”, afirmou o presidente.

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Lula destacou que o bloco representa uma rede de acordos comerciais que protege a região de disputas internacionais. “Nossa Tarifa Externa Comum nos blinda contra guerras comerciais alheias. Nossa robustez institucional nos credencia perante o mundo como parceiros confiáveis”, completou.

Cinco prioridades para o bloco

Durante o discurso, o presidente brasileiro elencou cinco áreas prioritárias para a presidência do Brasil no Mercosul: fortalecimento do comércio, transição energética e enfrentamento da mudança do clima, desenvolvimento tecnológico, combate ao crime organizado e promoção dos direitos sociais.

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Na área econômica, Lula defendeu a inclusão dos setores automotivo e açucareiro na união aduaneira e o incentivo a novos setores, como veículos elétricos e biocombustíveis. Ele também defendeu maior uso das moedas locais no comércio intrabloco.

“Podemos diminuir custos e reduzir riscos cambiais utilizando nossas próprias moedas. Precisamos de um sistema de pagamento em moedas locais revigorado e moderno que facilite as transações digitais”, ressaltou.

O presidente saudou o avanço nas negociações com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) e afirmou estar confiante na assinatura de acordos com a União Europeia até o fim do ano.

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Integração com a Ásia e infraestrutura

Lula defendeu que o Mercosul busque maior aproximação com o Japão, China, Coreia do Sul, Índia, Vietnã e Indonésia, destacando a importância da infraestrutura para o escoamento da produção.

“A conclusão da rota bioceânica que conecta Brasil, Paraguai, Argentina e Chile reduzirá em até duas semanas o tempo de viagem até a Ásia”, disse, mencionando projetos aprovados recentemente pelo Focem para melhorar o saneamento e a conectividade em regiões de fronteira.

Clima, energia e minerais estratégicos

Sobre a transição energética e o enfrentamento das mudanças climáticas, Lula anunciou metas ambiciosas para o Brasil:

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“O Brasil reduzirá suas emissões entre 59% e 67% até 2035, em todos os setores econômicos, abrangendo todos os gases de efeito estufa”, afirmou, elogiando o Uruguai e o Equador por também apresentarem metas climáticas.

O presidente defendeu o aproveitamento das reservas sul-americanas de minerais críticos, como lítio e terras raras, com foco em beneficiamento local e geração de empregos. “A corrida por lítio, terras raras, grafita e cobre já começou. O Mercosul ampliado é nossa melhor plataforma para aproximar e coordenar políticas nacionais”, pontuou.

Soberania digital e saúde

Na área tecnológica, Lula anunciou a intenção de expandir iniciativas de inteligência artificial adaptadas à realidade latino-americana.

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“Trazer centros de dados para a região é uma questão de soberania digital”, frisou, defendendo também o fortalecimento da capacidade regional de produzir vacinas e medicamentos.

Combate ao crime e direitos sociais

Lula afirmou que o combate ao crime organizado exige ação coordenada e regional:

“Não venceremos essas verdadeiras multinacionais do crime sem atuar de forma coordenada. Precisamos investir em inteligência, conter os fluxos de armas e asfixiar os recursos que financiam a indústria do crime”, declarou.

Ele também anunciou o retorno da Cúpula Social e da Cúpula Sindical do Mercosul, defendendo o fortalecimento das democracias e o enfrentamento da desigualdade.

“Sem inclusão social e enfrentamento da desigualdade de todo tipo, não haverá progresso duradouro”, disse o presidente.

Legado e futuro

Encerrando o discurso, Lula lembrou figuras históricas do Cone Sul e se comprometeu a trabalhar por uma integração solidária e sustentável.

“Tenho orgulho de vir do mesmo quadrante de terra em que esses dois seres humanos excepcionais”, disse, referindo-se ao ex-presidente uruguaio José Mujica e ao Papa Francisco.

“A presidência brasileira do Mercosul honrará seu legado, trabalhando por uma integração solidária e sustentável. Desejo um semestre produtivo e aguardo todos no Brasil em dezembro próximo”, finalizou.

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Roberth R Costa

Atuo há quase 13 anos com jornalismo digital. Coordenador Multimídia. Rede 98 | 98 News

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